Connect with us

O que você está procurando?

Corrida

Rodrigo Bueno e sua primeira maratona da vida na SP City Marathon

O atleta amador conta uma história emocionante sobre seus primeiros e desafiadores 42 km na SP City Marathon. Veja seu relato

Sp City Marathon Rodrigo Bueno
Foto: Arquivo pessoal

Há alguns anos, se alguém me dissesse que um dia eu completaria uma maratona, chamaria essa pessoa de louca. Mas os dias foram passando, os quilômetros também e as ideias foram mudando dentro da minha caixa de pandora.

Após pensar muito tive aquele empurrão vindo dos familiares que sempre me apoiam, mas ainda achava impossível um ex-obeso completar tal distância. Foi aí que a Ztrack entrou na minha vida e em uma avaliação me contou que era possível se eu cumprisse à risca uma planilha de treino.

Então, em abril deste ano, recebi a tal planilha para ser o maratonista da família. Não foi nada fácil ver que meus finais de semana teriam 25 km, 30 km e 35 km para correr em uma paulada. Pensei em desistir várias vezes, muitas mesmo. Os treinos durante a semana também eram bem desafiadores, mas meu treinador sempre dizia: “Rodrigão, foi você que clicou lá em se inscrever (para a SP City Marathon deste ano), só preciso te preparar, não tenho culpa”. E realmente era isso, a decisão foi minha e ele pegava pesado porque precisava ver o meu desempenho.

 

VEJA TAMBÉM:

Qual o tipo de alimentação ideal para corridas longas?

SP City Marathon: veja como foi a prova em imagens incríveis

 

O dia da prova

No dia da SP City Marathon (30 de julho de 2017) minha cabeça estava a mil, pensando 200 coisas por segundo. Sentia medo, ansiedade, medo e nervosismo. Mas quando me alinhei para largada, isso mudou – fiquei sereno e com o sentimento de dever cumprido e que dali até a chegada seria a parte mais fácil.

Cruzei o pórtico de largada às 6h12 da manhã fria que fazia em São Paulo. Tudo era mágico, tudo era festa e a cabeça ficou sem pensar em nada, a não ser na próxima passada ou qual a próxima paisagem que viria. O ritmo da corrida estava confortável e assim iria até o final. Venci o centro e cheguei na 23 de Maio. Era uma subida sem fim e pensando em completar a prova, tirei o pé mais um pouco e só voltei a retomar o ritmo quando avistei o Ibirapuera e sabia que seria uma decida para relaxar as pernas, mas ali começaram os meus problemas.

Chegando no km 15, comecei a sentir um incômodo na frente dos dois joelhos, mas logo pensei em corrigir a postura da corrida, o que realmente ajudou a reduzir os desconfortos. Porém ao passar para o km 25 os incômodos voltaram e se tornaram dores de verdade. Prossegui com o sonho de completar a prova, seja lá de qual forma isso fosse acontecer. Mais adiante, no km 35, eu não conseguia mais dobrar o joelho e a dor era grande e já tinha feito 3h18 de prova. Caminhei por 2 km até encontrar o time dos Corredores da Zona Norte dando apoio aos corredores que por ali passavam e prontamente o atleta Marcelo Avelar me medicou, disse algumas palavras de incentivo.

Como tinha a ideia fixa de chegar correndo, continuei minha caminhada até o km 39 quando juntei forças e voltei a trotar. A essa altura da prova, os medicamentos que o Marcelo havia me dado já tinham feito efeito, tornando as dores suportáveis. Chegando ao km 40 na saída do último túnel, encontro meu sobrinho que tinha completado os 21 km e estava lá para me levar até a chegada. Com seus gritos de incentivo, esqueci que tinha dor e só pensava que corria ali não só por mim, mas por todos aqueles que torceram para eu completar a prova.

Já no km 41 ele grita, “olha quem está ali na mureta de azul”: era meu irmão que me colocou para correr os primeiros quilômetros em 2011, gritando e me empurrando para o final. Ali não teve jeito, corri os metros finais cheio de lágrimas nos olhos e sabia que não iria ter dor que me tirasse aquele gosto de vitória.

 

A chegada

Ao avistar o pórtico de chegada, meu sobrinho que ainda estava correndo comigo, só gritava comemorando que eu era um maratonista.

Não vi tempo, não ninguém , não sentia nada a não ser a alegria de ter completado a prova e de receber aquele primeiro abraço do meu sobrinho Cezar, que após ter conquistado o TOP 100 nos 21 km, voltou para me apoiar e me “carregar” até a chegada. O abraço no meu irmão depois de ter a medalha no peito significou o fechamento do ciclo da maratona, que foi divertido, sofrido, de medo, de coragem, de aflição e no fim no choro de quem venceu todos os medos internos e de fato é um maratonista.

Escrito por

Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Advertisement

Últimas Noticias

Emagrecimento

Lembre-se que esse processo pode ser feito de maneira tranquila

Treinos

Saiba manter certo tom de vaidade para não afetar os seus treinos

Nutrição

Outro motivo para valorizar esse tipo de alimentação

Nutrição

Opção que ajuda a te deixar quentinho em tempo gelado

Emagrecimento

O esporte é a “ferramenta” que facilita esse processo de perda de peso

Saúde

Esse método de exercícios não para de conquistar praticantes pelo mundo afora

Advertisement

Você também vai gostar

Eventos

Corrida que visa angariar fundos para pesquisas sobre o câncer está com data marcada. Evento será realizado em mais de 70 cidades brasileiras

Corrida

Treinador revela os seus passos iniciais no esporte e dá dicas para quem sonha disputar grandes provas

Calendário de provas

Competição é uma das mais rápidas do mundo e marca o retorno de grandes eventos internacionais

Corrida de rua

Oito vezes campeão da Maratona da Disney, Adriano Bastos falou sobre sua preparação em Live realizada pela SL