As tecnologias de amortecimento dos tênis de corrida sempre foram vendidas como uma ajuda importante na prevenção de lesões. No entanto, um estudo antigo, realizado ainda em 2013, já afirmava que elas trazem poucos benefícios aos corredores.
25 tênis idênticos (a marca que ofereceu os calçados fez a customização deles) com diferentes níveis de amortecimento foram testados por 250 corredores. O estudo mostrou que o peso corporal e o nível de condicionamento fizeram alguma diferença no que diz respeito à incidência de lesões, mas que o amortecimento não teve qualquer influência nisto.
“Os resultados não apoiam o argumento da indústria de tênis de que corredores mais pesados têm de usar calçados com mais amortecimento”, diz o autor da pesquisa, Daniel Theisen, do Laboratório de Medicina do Esporte da Universidade de Luxemburgo.
Todos os atletas que participaram do estudo tiveram de treinar ao menos uma vez por semana durante o período de cinco meses. Os calçados eram utilizados apenas para correr e, em seguida, anotar os dados dos treinos e as possíveis lesões.
Corredores mais pesados tiveram 13% mais probabilidade de se lesionar do que os atletas com o peso dentro da média. Além disso, o amortecimento extra também não reduziu as chances de atletas acima do peso se machucarem. Quem tinha experiência prévia na corrida teve metade do risco de lesão. Por fim, aqueles que faziam treinos de intensidade mais alta tiveram 39% mais risco de sofrer com algum problema em relação aos demais.
Outro ponto importante a ser levantado é que a região do pé que realiza o amortecimento da pisada (o calcanhar) não é a mesma que faz a força para dar a propulsão as passadas (o antepé). Assim sendo, não há como existir um material que, ao mesmo tempo, ajudaria no impacto e na impulsão da passada.