Algumas comidas têm a função de conforto, pois estão relacionadas com nossas memórias afetivas. Contudo, o que vivemos no último ano trouxe um cenário de ansiedade nas pessoas gerando exagero e descontrole.
Para a nutróloga Dra. Ana Luisa Vilela, a comida proporciona um alívio emocional, principalmente em situações de fragilidade, como essa que o mundo todo está enfrentando. O grande problema, no entanto, está que, em casa, as pessoas estão se dedicando muito tempo a culinária, mas nem sempre fazem isso com cautela.
“Esse período desencadeia o descontrole. Consequentemente, ao aumento de peso e pode ainda abrir espaço para outras doenças como diabetes, hipertensão, colesterol… e por aí vai”, alerta.
Para entender melhor, a médica separou algumas divisões que fazem entender um pouco mais sobre como ansiedade é descontada na alimentação através do vínculo emocional.
1) Comidas nostálgicas: são aquelas que remetem a uma época boa, mas que não se tem mais o costume daquele prato. “Pode ser o simples arroz com feijão. Ou uma mania que se tinha há tempos de como montar um lanche, por exemplo. Entretanto, a pessoa gosta de se sentir reconectado com as suas raízes através daquela comida”, diz.
2) Comidas de indulgência: são os fast foods e alimentos gordurosos. “Esses recompensam o prazer no momento de tristeza”, diz.
3) Comidas de conveniência: aqueles que não exigem preparo como industrializados e tudo preza pela praticidade. “Os sucos de caixinha, a lasanha congelada, o salgadinhos de pacote…”, fala.
4) Comidas de conforto físico: são os alimentos e as bebidas que oferecem o prazer físico imediato e momentâneo. “As bebidas alcoólicas, o sorvete, o chocolate ou um alimento rico em açúcar, que proporciona a resposta rápida em nosso cérebro”, avisa.
Açúcar, o vilão da ansiedade
Dra. Ana explica que o sistema de recompensa cerebral estabelece as sensações como o conforto, o prazer e a saciedade, por ser composto de neurônios que se comunicam entre si por meio de um neurotransmissor que é a dopamina.
“Os alimentos ricos em açúcar estimulam a sua produção. Com mais dopamina, há uma melhora no sistema de recompensa. Além disso, as altas fontes de carboidratos aumentam a produção de insulina pelo corpo e aumenta a energia, o que proporciona uma sensação de bem-estar. Especialmente os simples. Mas, tudo isso é momentâneo, não podemos esquecer que a pandemia vai passar e que é difícil correr atrás do prejuízo depois. No mais, agora é a hora de cuidar da saúde, mais do que nunca”, conclui.