Odores são capazes reavivar a memória, acalmar, relaxar e até causar repugnância. Ou seja, podem nos trazer muitos benefícios. Por isso, no começo do século 20, se passou a estudar a fundo as propriedades dos cheiros. Os óleos essenciais, extratos concentrados extraídos de flores, galhos, folhas, sementes, frutas e até de raízes, serviram de base a esses estudos sobre aromaterapia.
“Um químico francês chamado René-Maurice Gattefossé queimou a mão acidentalmente e, de forma instintiva, mergulhou-a em um pote de lavanda que estava por perto. Quando percebeu que a ferida não havia infeccionado e que a queimadura tinha cicatrizado rapidamente, sem deixar marcas, ele passou a estudar as propriedades desses óleos”, conta Beatriz Yoshinura, formada em Aromaterapia Holística pelo Tisserand Institute de Londres.
Embora a palavra aromaterapia possa sugerir que o óleo tenha de ser inalado, ele também pode ser usado para massagear a pele e até ser ingerido. Essas essências são usadas como terapia coadjuvante e como forma de equilibrar, acalmar e até rejuvenescer o corpo. “É uma maneira de melhorar vários aspectos da vida. Todos já tivemos alguma resposta emocional a certos aromas, que pode ter sido prazerosa ou desagradável.
Mas o objetivo da aromaterapia é, primeiro, encontrar aromas especiais e únicos para cada indivíduo e que proporcionem sensações e emoções agradáveis, e, segundo, usá-los no dia a dia para aumentar o bem-estar”, revela Andréa Estrella, diretora do BSpace Health Center.
A aromaterapia é usada para uma série de condições, que vão da depressão ao enjoo. Mas, de uma forma geral, os óleos ajudam a melhorar o humor, relaxar e aliviar a dor. “Eles curam alguns males já existentes e podem prevenir o aparecimento de outros. Quando inalamos óleos essenciais diariamente, por exemplo, ficamos mais calmos, menos ansiosos, mais felizes e menos propensos a ficar doentes”, comenta Beatriz.
Como funciona a aromaterapia
Acredita-se que as células localizadas no nariz e responsáveis por captar os diferentes cheiros tenham um papel fundamental. A ciência já sabe que essas células se comunicam com algumas regiões do cérebro ligadas às memórias e às emoções. O cheiro de um determinado óleo essencial estimularia essas áreas, tendo um impacto sobre a parte física, mental e emocional.
Já há evidências, por exemplo, de que a lavanda estimula certas células cerebrais da mesma maneira que alguns sedativos, daí ela ter ficado famosa por ser um poderoso relaxante. Alguns grupos de cientistas acreditam, entretanto, que a prática da aromaterapia ajuda na interação com hormônios ou outras substâncias presentes no sangue.
As essências podem ser usadas no banho, em massagens, para inalar e aromatizar ambientes. Porém, é preciso tomar certos cuidados. “Para uso na pele, elas devem estar diluídas. Já para inalar, podemos utilizar o óleo puro, com a ajuda de difusores elétricos, velas ou sprays”, ensina Beatriz.
Aromaterapia no esporte
Os óleos essenciais estão virando moda entre aqueles que praticam alguma atividade física. Isso porque ajudam a aliviar as dores, através de massagens, geradas pelo esporte e pelo exercício. Confira as principais essências usadas pelos atletas:
Capim limão: é bom para massagens feitas antes de atividade esportiva, ajudando a evitar distensões musculares. Depois do esporte, ajuda no relaxamento da musculatura.
Hortelã: quando inalada ajuda na respiração, descongestiona o pulmão. Basta inalar para realizar a aromaterapia.
Manjericão: se massagear a musculatura com a essência ela ajuda a dar pique na hora dos treinos e provas
As mais comuns
Conheça as cinco essências mais usadas na aromaterapia. Elas devem ser aplicadas de acordo com o problema apresentado. Para casos respiratórios, emocionais e mentais, deve ser inalado. Para problemas físicos, musculares, de circulação ou na pele, utilize através da massagem.
Lavanda: é a mais conhecida da aromaterapia e a única que pode ser usada na pele sem que seja preciso diluir. Reduz a insônia, a tensão nervosa e o estresse. Também é boa para picada de insetos, feridas e queimaduras.
Ylang Ylang: forte afrodisíaca, é um aroma oriental. Acalma a respiração e o coração, permitindo uma relação mais tranquila e intimista. Ajuda na impotência e na frigidez.
Alecrim: forte estimulante, aumenta a circulação, ajuda a memória e diminui o cansaço mental. Estimula o raciocínio e o crescimento capilar. Não pode, entretanto, ser usado por quem tem pressão alta e epilepsia. Boa para dores musculares.
Hortelã-pimenta: além de expectorante e analgésica, é indicada para cãibras e todo tipo de cólicas (provenientes de gases, menstrual), tosse sufocante e dores musculares. Boa para diminuir o enjoo, a náusea e a azia.
Rosa: óleo dos mais preciosos, são precisos duas toneladas de pétalas para que se consiga extrair um litro de óleo essencial. Indicado para depressão profunda e falta de autoestima. É bom também para rugas e problemas no fígado.