Nutrição

Mês da Consciência Celíaca: a alimentação é o remédio

O glúten, proteína responsável por desencadear a doença celíaca, está presente em diversos cereais e alimentos além do trigo

Foto: Shutterstock

A doença celíaca é uma desordem autoimune grave, causada pela intolerância à ingestão de glúten, principal proteína presente em cereais como trigo, aveia, centeio, cevada e malte. De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENACELBRA), sintomas como fortes dores e distensões abdominais, diarreia crônica e anemia estão entre os que mais atingem, aproximadamente, dois milhões de brasileiros, ainda que a maioria não tenha um diagnóstico conclusivo da doença celíaca. O número de diagnósticos é ainda mais alarmante quando analisado globalmente, pois são quase 800 milhões de celíacos em todo o mundo.

Portanto, com o objetivo de conscientizar sobre esse quadro de saúde que cresce a cada ano, tratamento, diagnóstico e consumo dos alimentos mais adequados pelos portadores da doença, o mês de maio é considerado o Mês da Consciência Celíaca. A data foi escolhida em homenagem ao dia de nascimento do Dr. Samuel Gee, primeiro pesquisador a reconhecer que os sintomas da doença celíaca estavam relacionados à presença do glúten na dieta.

Doença celíaca, alergia ou intolerância ao glúten?

Um dos conceitos mais importantes desse período é esclarecer a diferença entre a doença celíaca, a alergia e a intolerância ao glúten, pois cada uma dessas condições apresenta sintomas e níveis de gravidade diferentes.

A doença celíaca é causada pelo próprio sistema imunológico da pessoa, quando o glúten chega ao intestino, o corpo libera anticorpos que atacam a parede do órgão. A inflamação causada por esse ataque leva a sintomas como diarreia, anemia, osteoporose, flatulência excessiva, distensão e dor abdominal. É preciso retirar o glúten da dieta para que esses sintomas não desencadeiem doenças ainda mais graves como o câncer no intestino, linfoma e infertilidade.

Já a alergia ao trigo, pode começar com sintomas leves, como coceiras, e evoluir para um quadro mais severo com tosse, falta de ar, náusea, vômito e desmaio, podendo levar à morte.

Quanto à intolerância ao glúten, trata-se de um quadro mais leve dos celíacos, em que os sintomas se assemelham a um desconforto. Nesses casos, muitas vezes o causador não é o glúten e sim o trigo em geral. É preciso realizar exames e estudos aprofundados para chegar ao diagnóstico.

Vale destacar que independentemente dos sintomas apresentados, é preciso buscar ajuda médica e realizar exames como de sangue e biópsia intestinal para que a investigação seja conclusiva. Havendo alguma suspeita de reação ao glúten, o mais indicado é retirar, de imediato, o glúten e o trigo da dieta.

O tratamento está na alimentação

Por ser uma doença sem cura ou tratamento específico, a não ser pela exclusão total do glúten da dieta, uma das maiores dificuldades dos celíacos é conviver com a dieta restritiva e os novos hábitos alimentares, que devem ser seguidos por toda a vida. É preciso ainda ter atenção com a contaminação cruzada, que pode acontecer durante a manipulação dos alimentos durante seu preparo, armazenamento e transporte. Alguns objetos utilizados para o preparo de alimentos podem ser fontes dessa contaminação, como esponjas, panos de prato, talheres, óleo para fritura, entre outros. Portanto, tudo deve ser muito bem organizado e separado.

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