Tênis

Rafael Moura usou beach tennis para combater depressão; entenda

O He-Man ainda deu dicas para quem luta contra essa doença

Rafael Moura - Crédito da imagem: Marcos Luciani

O tênis de praia vive o seu ciclo de crescimento no Brasil desde 2020 e a cada dia reúne adeptos de várias faixas etárias. Entre os diversos exemplos, quem aparece é o ex-jogador de futebol Rafael Moura. O “He-Man” dos gramados saiu da depressão graças ao Beach Tennis.

Carreira com muitos clubes, gols, títulos e com início da paixão pelo Beach Tennis

O ex-atacante Rafael Moura iniciou no futebol pela categoria de base do Atlético-MG, o seu time do coração, depois como profissional defendeu o Vitória, Paysandu, Corinthians, Fluminense, Lorient, da França, Athletico-PR, Goiás, Internacional, o próprio Galo, Figueirense, América-MG e encerrou a carreira no Botafogo em 2021.

Esses clubes permitiram Moura a jogar ao lado de Tevez, Mascherano, Nilmar, Fred, Roger, Carlos Alberto, Elias, Robinho, Thiago Neves, Alex, Alan Patrick, Gatito, Juan e entre outros jogadores renomados. Rafael atendeu a reportagem do Sport Life e lembrou com carinho desses momentos.

“Muito difícil mencionar apenas um clube (marcante). Todos que passei tive grandes momentos e pude fazer os meus gols. Eu fui realmente muito feliz. Deus me encaminhou para os clubes que eu passei”, afirmou.

O ciclo de 20 anos no futebol lhe rendeu os títulos do Mineiro (2017), Carioca (2012), Taça Guanabara (2012), Paranaense (2009), Taça Farroupilha (2013), Taça Piratini (2013), Challenger Brasil/USA (2009), Copa do Brasil (2007), Campeonato Brasileiro da Série A (2012) e da Série B (2021). Também foi o artilheiro com oito gols na campanha do vice-campeonato do Goiás na Copa Sul-Americana de 2009/10.

A caneta marcante do He-Man

He-Man era conhecido pelo seu lado brigador na grande área e por conta dos seus gols de cabeça. Há o drible que o marcou quando deu a “caneta” em cima do Kaká quando defendia o Colorado no duelo contra o São Paulo pelo Brasileirão de 2014. Rafael prefere os seus gols do que apenas se contentar com esse episódio na Arena Beira-Rio.

“Eu como artilheiro vou sempre preferir os gols. A caneta no Kaká foi um lance muito legal, um cara com a carreira vitoriosa, foi o melhor do mundo, mas se for para escolher os mais bonitos com certeza entrarão os gols no Goiás contra o Peñarol, em Montevideo, pela Sul-Americana, e o de “cavadinha” no Santos”, disse.

O primeiro contato de forma inesperada

Nesse meio tempo, Rafael Moura deu o “start” com Beach Tennis quando passou férias com sua família em 2013 na cidade de Porto Seguro (BA). O boleiro viu um jogador conhecido do ramo, que jogou perto do local que estava, animou-se e comprou rede, fita, quatro raquetes, materiais que foram transportados e instalados no seu sítio em Belo Horizonte, espaço que já havia para futevôlei.

“Nós alteramos a rede e começamos a brincar (Beach Tennis). Minha prima, meu tio, meu pai, minha mãe e minhas irmãs. Era uma coisa muito de lazer, de iniciante, mas isso não progrediu muito porque estava jogando em outros clubes. Eu começo a praticar cada vez mais quando volto ao Atlético-MG”, recordou.

O drama da depressão

Rafael fez o seu “pé de meia” enquanto jogador de futebol, ou seja, estabilizou-se financeiramente para pendurar as chuteiras com a sensação de dever cumprido. Porém, o falecimento da sua mãe, Junia Moura, o abalou psicologicamente e o levou para depressão.

“Eu acho que começou antes (a depressão) quando tem a notícia que a minha mãe estava com câncer terminal. Os pensamentos negativos e ruins começaram a pairar no ar. Infelizmente no meu final de carreira perdi o prazer e a noção dos meus últimos meses de futebol”, relembrou.

Beach Tennis como “ferramenta” de superação

O que era apenas o lazer da família do He-Man no sítio despontou como oportunidade de volta por cima. Moura sempre gostou de esportes de “raquete”, como tênis, squash, padel e pickleball. O “boom” do Beach Tennis por todo o Brasil lhe incentivou no seu processo de melhora.

A esposa de Rafael, Polyana Furtado, fazia aulas de tennis de praia no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro, junto com a profissional de Beach Tennis Joana Cortez e conseguiu ser a sua incentivadora. Os treinos profissionais do He-Man surgiram em março de 2022. O acompanhamento e os demais trabalhos na parte de saúde influenciaram para a conquista do seu status de 100%.

“Hoje eu estou bem melhor e medicado. Eu gosto muito de me desafiar, conhecer outras modalidades e com o beach não foi diferente. É o esporte que tem me feito muito bem. Eu acho que essa minha paixão pelo beach tennis está sendo bem recompensada. Todo mundo desse esporte tem um carinho enorme comigo”, relatou.

A atual fase  

Moura demonstra o sentimento de algo mais com a sua nova modalidade. Revigorado, feliz e disposto diariamente fez o seu atual “balanço”. “Tem me feito um bem enorme de poder estar conversando com os atletas que eu convivo. Eu estou encantado de estar com essa nova adrenalina, competindo e galgando a minha melhoria no ranking do ITF (Federação Internacional de Tênis)”, falou.

He-Man ocupa neste momento a posição de 204º do ranking mundial de atletas da ITF e alternou exibições em muitos campeonatos com Miguel Peres (55º do ITF), Rafael Burigo, Gustavo Russo e Felipe Loch. A outra novidade de Rafael nesta trajetória foi quando assumiu o cargo de coordenador de categorias de base da FMT (Federação Mineira de Tênis) em 30 de janeiro de 2023.

“A meta para 2023 é conseguir bater o Top 100 mundial, que era a minha meta para 2022 e não consegui. Não competi em setembro e outubro (2022) e faltaram uns pontos. Mas 2023 já fazendo uma pré-temporada, iniciando as fases das competições e então o quanto antes chegar ao top 100. Aos amantes do beach tennis podem ter certeza que com muita dedicação, empenho e sem passar por cima de ninguém vou chegar à essa meta”, garante.

Mensagem de esperança

Nada melhor do que ouvir um conselho de quem superou essa fase para se inspirar na sua recuperação. Não sabe como agir em meio ao tempo de depressão? Rafael Moura vai deixar o seu conselho.

“A primeira coisa para você tentar sair da depressão é você aceitar que está nela. Procurar um profissional para encaminhar para outras coisas. Quando você está parado querendo ou não tem mais probabilidade das coisas de baixas energias atingirem você. No meu caso, indico um esporte ou algo que te faça bem para tentar sair dessa fase o quanto antes”, termina.

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