A sensação de terminar uma corrida é muito satisfatória. Melhor ainda se isso for compartilhado! Por isso, as provas de revezamento estão ganhando cada vez mais novos adeptos. Correr em grupo é um grande aprendizado, além de proporcionar diversão e reforçar a amizade. Gostou da ideia? Confira cinco dicas para encarar esse tipo de prova!
Encontre sua turma
Tanto faz qual é a sua motivação – participar pela diversão ou tentar conquistar o pódio. A corrida de revezamento é para todos. O importante é estar em sintonia com os objetivos do seu grupo.
“Os iniciantes podem dividir a prova em mais participantes, enquanto o corredor avançado pode realizá-la em duplas, por exemplo”, sugere o treinador Daniel Bagatini, da Even Faster Sports, de Porto Alegre (RS). Para evitar conflitos, o ideal é montar um time de ritmos e expectativas semelhantes. Se a prova tiver trechos de aclive, declive ou terrenos diversos, vale apostar em atletas com aptidões técnicas variadas.
Trace uma estratégia
Decidido o grupo e feita a inscrição, é hora de avaliar o percurso e determinar quem ficará com cada trecho. Algumas características do trajeto a serem consideradas na divisão são distância, altimetria, piso, horário, temperatura, locais de largada e chegada.
“Atletas mais rápidos devem percorrer os trechos mais curtos, enquanto os mais resistentes terão melhor rendimento nos trechos mais duros”, explica Emerson Gomes, coordenador da Marcos Paulo Reis Assessoria Esportiva (SP). “Já para um esquema mais fun, o ideal é colocar os atletas mais bem preparados nos trechos mais difíceis e os mais lentos nos trechos mais fáceis, além de calcular se a equipe formada só com iniciantes vai dar conta de completar dentro do tempo limite”, conclui.
Reforce a planilha
Com o mapa do seu percurso em mãos, o próximo passo é adaptar o treinamento para que você possa fazer bonito no dia da prova. Para uma corrida de trechos curtos, por volta de 5 km, Ricardo Arap, sócio-fundador da Race Assessoria Esportiva (SP), indica ao menos um treino intervalado de alta intensidade por semana.
Se a prova passar por areia, trilhas ou morros, acrescentar à planilha exercícios funcionais e pliométricos (saltos) ajudará a ganhar técnica e evitar entorses. “Em caso de percursos mais longos, uma ideia é dividir o treino em duas sessões, o que diminui os risco de lesão. Por exemplo: no sábado, correr 16 km e, no domingo, mais 16 km, atingindo, em 24 horas, os 32 km a serem percorridos no dia da prova”, ensina Arap.
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Simule o desafio
Se possível, tente simular nos treinos as condições que vai encarar no dia do evento, principalmente temperatura, umidade e horário de largada. O ideal é chegar à cidade da prova alguns dias antes para se ambientar, realizar treinos leves nos locais e horários de competição.
“Treine especificamente as distâncias e descansos. Se o intervalo entre os trechos ficar em torno de 30 min, não deixe o corpo ‘esfriar’. Caminhe, alongue, porque o tempo para reaquecer a musculatura será curto”, explica Daniel Bagatini, que complementa: “Para intervalos acima de uma hora, faça um bom alongamento, reposição de água e carboidratos, relaxe meia hora e termine com um aquecimento 10 min antes da largada seguinte”. E nada de exagerar no primeiro trecho e chegar quebrado para a segunda perna.
Organize-se
O grande barato do revezamento é o que está por trás da corrida: apoio entre os corredores, troca de experiências, confraternização pós-prova. Mas é também nos bastidores que está falha mais comum das equipes: a desorganização. O maior problema costuma ser a “troca de bastão”, em que nem sempre o próximo participante já está no posto de troca, o que atrasa todo o grupo.
“O ideal é estimar um tempo de corrida mais rápido do que o ritmo previsto pelo colega, e, mesmo assim, estar no local de troca pelo menos 10 min antes dessa previsão”, diz Bagatini. Distribuir os kits e os chips com antecedência, e na ordem correta, evita erros que podem desclassificar a equipe.
Emerson Gomes dá um conselho valioso: “Tenha ao menos um atleta mais experiente no grupo para servir como capitão, organizar o revezamento e tomar decisões durante a prova.”
Texto: Mariana Giangoppe