O índice glicêmico (IG) é o indicador que define os carboidratos de acordo com sua performance. O método para determinar os valores de IG dos alimentos é mediado pela Food and Agriculture Organization (FAO) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Evidências científicas, incluindo dados de estudos epidemiológicos e ensaios clínicos randomizados, conferem às dietas de baixo IG a melhora em desfechos clínicos, como redução do risco de diabetes tipo 2 e melhora do controle da doença, redução do perfil lipídico e de incidência de doenças coronarianas.
Recentemente, os benefícios da dieta de baixo IG foram questionados em um estudo publicado no The Journal of the American Medical Association (Jama). A pesquisa investigou o efeito do IG e da carga ingerida de carboidratos na dieta e sua relação com fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes em 163 adultos com sobrepeso.
Os resultados sugerem que dietas de baixo IG, quando comparadas às de alto IG, não resultam em melhorias na sensibilidade à insulina, nos níveis de lipídios ou na pressão arterial sistólica, como até então era pregado. De acordo com os autores do estudo, os indivíduos que devem, de fato, se preocupar com a resposta glicêmica dos alimentos são os diabéticos, que necessitam de um controle rígido das concentrações de glicose no sangue.
As demais pessoas que já seguem um padrão de dieta saudável não precisam realmente se preocupar com o tipo de carboidrato que irão consumir. É precoce, no entanto, mudar a direção do garfo para os carboidratos de alto IG, trocando cereais integrais por farinha refinada,
arroz branco e batata.
Afinal, os estudos que embasam as recomendações atuais de saúde pública se baseiam em estudos observacionais de longo prazo, com evidências fortes e nível alto de relevância científica. Além do curto período empregado no estudo anteriormente citado, foram levantadas críticas à sua metodologia, como, por exemplo, a ausência de portadores de diabetes tipo 2 na amostra selecionada.