Você deve estar se perguntando: por que andar descalço? Uma revisão de artigos científicos sobre lesões na corrida realizada pela Universidade de Roterdã (Holanda) verificou que a incidência delas em pés e tornozelos pode chegar a 44%. Não à toa: durante 1 km de corrida, o pé bate no chão cerca de 700 vezes e isso, claro, torna-o propenso a desenvolver alguma lesão. Por conta disso, o fortalecimento dessa região é imprescindível para quem corre. Seu tênis com certeza deve ser ótimo, mas saiba: exatamente por isso ele acaba “poupando” demais os seus pés, que ficam fracos. Tirá-los faz com que a estabilização dependa dos pés, pondo-os para trabalhar juntamente com os tornozelos.
Mas não é para sair descalço para um treino rotineiro logo de cara. “As pessoas já saem para correr 30 min descalças, o que é uma baita carga para um pé desprotegido. Até que os músculos dos pés e das pernas estejam fortalecidos leva algumas semanas. Correr descalço é um estímulo, mas andar descalço no dia a dia é mais importante ainda para este fortalecimento”, alerta Renato Dutra, diretor técnico do aplicativo SouRun.
Dutra sugere a seguinte progressão:
1ª semana 10 min de caminhada descalço
2ª semana 15 min de caminhada descalço
3ª semana 5 min de trote descalço
4ª semana 10 min de corrida descalço
Alguns podem fazer mais do que 10 min (chegando a 30 min), dependendo da capacidade de adaptação. Mas é necessário prestar atenção ao movimento. Você deve perceber a diferença da caminhada passiva, quando não há a compressão da musculatura, e da ativa, quando você comprime os dedos no chão para trabalhar os músculos do pé. Confira:
Acima: caminhada ativa, com os dedos comprimidos
