Condicionamento Físico

Atividades na terceira idade: mais exercício e menos fratura

Manter o corpo em movimento da juventude à terceira idade é fundamental para proteger os ossos, evitar fraturas e manter a qualidade de vida

Foto: Shutterstock

Não é novidade que os ossos tendem a ficar mais frágeis com o avanço da idade e, com isso, o risco de fratura aumenta. E uma forma de minimizar esse risco na terceira idade é praticar exercícios físicos regularmente, o que vai facilitar tanto o esqueleto quanto a musculatura, que protege toda a estrutura óssea.

Um estudo desenvolvido pela Universidade Estadual de Nova York, publicado no periódico JAMA Network Open, mulheres ativas têm menos chances de sofrer uma fratura no quadril em comparação com as sedentárias. Ainda segundo a pesquisa, que envolveu mais de 77 mil mulheres americanas entre 50 e 79 anos, as mulheres que se exercitavam com intensidades mais vigorosas tinham um risco menor de fratura no punho ou no antebraço em comparação com as menos ativas.

A principal vantagem de se manter em movimento é que são justamente as fraturas no quadril as mais perigosas. “As fraturas no quadril são as que causam um maior nível de capacidade funcional e podem levar à morte. Segundo Fernandes e colaboradores (2018), 23% dos idosos que realizaram cirurgia do fêmur devido a fraturas vieram a óbito devido às complicações”, informa a professora de educação física Stella Torreão. A conclusão da pesquisa, portanto, é que as mulheres devem manter a prática regular de atividade física, cuidado indispensável para a saúde geral durante o envelhecimento.

Por que se movimentar na terceira idade?

Para que o esqueleto se mantenha protegido, é fundamental que os músculos estejam devidamente fortalecidos. A partir dos 30 anos, há uma redução gradativa da massa muscular, portanto, é importante trabalhá-la com exercícios de força unidos aos cardiorrespiratórios. “Quando o fortalecimento muscular é feito, há um ganho também na massa óssea. A qualidade do osso melhora e a probabilidade de desenvolver osteoporose diminui”, destaca Stella. Os exercícios que mais colaboram são os de alto impacto, como caminhadas mais intensas, corrida, treinamento funcional, musculação, entre outros.

Contudo, independentemente da idade, é essencial consultar um médico antes de iniciar uma atividade física. Idosos podem praticar qualquer tipo de esporte, desde que os próprios limites sejam respeitados e que não haja problemas de saúde que impeçam a prática. “Existem, por exemplo, restrições cardiovasculares em exercícios intensos. É preciso checar ainda as artroses (desgastes da cartilagem) que podem acontecer por falta de exercício anterior, em uma idade menos avançada, ou condições genéticas que podem acarretá-las”, avisa o ortopedista Nemi Sabeh Júnior, da On Body Evolution, e médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino.

Não espere envelhecer!

Preparar o corpo para um envelhecimento saudável é muito melhor do que tentar reverter os problemas que surgem com a idade. Assim, o ideal é adotar um programa de treinos e uma alimentação que permita aumentar a massa magra ainda na juventude e conservá-la. “Sabemos que a absorção do cálcio nos primeiros anos de vida é muito melhor do que nos últimos 10 ou 20 anos. O idoso tem uma diminuição muito grande de fabricação de vitamina D, que adere ao cálcio e é absorvida – isso acontece principalmente pela falta de sol e pela dificuldade de absorção da vitamina por problemas intestinais. São fatores que podem diminuir o cálcio e, consequentemente, a densidade óssea”, explica Nemi Sabeh Júnior.

Esses cuidados, contudo, devem permanecer por toda a vida. Não adianta, por exemplo, ter uma alimentação adequada em nutrientes e ser ativo na infância se, na vida adulta, esses hábitos forem abandonados. Estocar cálcio durante a juventude para que ele seja utilizado pelos ossos na velhice não é uma recomendação muito útil, salienta o ortopedista. Mas isso não quer dizer que uma pessoa que foi sempre sedentária não possa começar um exercício na terceira idade. “Quem quiser começar aos 50, 70 ou 80 anos, vale a pena. A prática vai fazer com que o osso ‘acorde’, o cálcio seja melhor absorvido, haja mais formação muscular e mais vascularização. O que não pode é ultrapassar a intensidade e o volume indicados para cada pessoa”, diz o ortopedista.

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