Emagrecimento

Comer à noite engorda? Nutricionista esclarece

Solucionamento de dúvida é importante para quem não faz jejum pelo período da noite

Comer - Shutterstock

O fim do dia permite aquela sensação de alívio principalmente para quem trabalha. Momento relax que deixa alguém livre para “chutar o pau da barraca” quanto a alimentação, ou seja, nada o impede de saborear um petisco com uma bebida gelada. Contudo, ainda existe essa dúvida: comer à noite engorda?

Resposta

“Dependerá sempre do contexto levando-se em consideração questões como qual alimento será ingerido, qual quantidade será ingerida, se existe ou não uma demanda energética aumentada e a presença de alguma patologia que contraindique tal hábito. Do ponto de vista de emagrecimento e controle de peso, as calorias continuam tendo o mesmo valor independente do horário do dia. No entanto, devemos nos atentar a qualidade dos alimentos e sua quantidade”, diz o nutricionista e educador físico Bruno Cipriano em entrevista exclusiva para o Sport Life.

Atenção

O cuidado fica redobrado para pratos gordurosos, ou seja, refeições prejudiciais para o processo de emagrecimento. “Um problema relacionado as calorias que pode trazer prejuízo para o emagrecimento é o fato de a noite ficarmos mais sujeitos a consumir alimentos mais ricos em calorias, como lanches e pizzas”, completa Bruno.

Deve-se atentar também de que tudo varia do momento. Muito daquilo que era comum no passado já não vale mais no presente porque existem pessoas que trabalham, estudam e se exercitam a noite, o que literalmente transforma esse cenário. Esse conceito aplica-se na parte calórica e Cipriano dá como exemplo a fruta Banana.

“Do ponto de vista calórico, não faz nenhuma diferença alimentar-se à noite ou pela manhã. Uma banana continuará tendo as mesmas calorias à noite que possuía mais cedo. No entanto, uma pizza doce de banana adicionará muitas calorias desnecessárias”, explica.

Demanda energética

Você encontra tempo apenas à noite para fazer os seus exercícios físicos? Ok. O seu caso não é único até porque milhões de pessoas utilizam esse período para conciliar com suas questões particulares. Quem está ativo no treinamento nesse horário cria demanda energética. Sendo assim, pode comer após o “play”.

“Pessoas que se exercitam à noite criam uma maior demanda energética nesse horário. Se formos analisar dessa forma, faria mais sentido distribuir mais calorias na refeição do jantar do que no almoço, seja para disponibilizar energia para atividade ou para reparar a energia gasta durante a atividade”, orienta o nutricionista.

Restrições

O tratamento por meio da dieta deve respeitar a condição do paciente. Quem lida com gastrite e refluxo fica vetado desse hábito de fazer “hora do rango” e depois dormir. A orientação é para comer pelo início da noite.

“A dietoterapia para algumas patologias deve ser levada em consideração como a tolerância individual de cada paciente. Patologias como gastrite e refluxo contraindicam o hábito de se alimentar e deitar logo em seguida. Respeitando as características de cada pessoa, faz sentido fazer a última refeição um pouco mais cedo”, conclui Bruno Cipriano.

Preocupação mundial

Outro agravante de quem se alimenta excessivamente pelo período noturno é o “assalto” a geladeira. Esporadicamente não faz mal, mas caso se torne um hábito aí é perigo. Nesse sentido, o hospital britânico privado London Clinic já afirmou em pesquisas que essa “escapada” para geladeira é o transtorno alimentar noturno e funciona graças aos momentos de estresses e tensões.

Do mesmo modo, é o tipo de transtorno que atinge boa parte da população mundial. A ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) fez a estimativa em setembro de 2022 de que mais de 70 milhões de pessoas no mundo são afetadas por algum transtorno alimentar.

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