22 de julho é o Dia Mundial do Cérebro, data criada pela World Federation of Neurology e International Headache Society para conscientização sobre as doenças neurológicas e o impacto do cérebro na nossa vida. Além disso, os neurologistas Dr. Augusto Coelho, do Hospital Sírio-Libanês, e Dr. Carlos Alexandre Twardowschy, dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, destacaram a importância do exercício físico em entrevista exclusiva para o Sport Life.
O benefício do exercício físico no Dia Mundial do Cérebro
“Estudos científicos mostram o importante papel da atividade física tanto para a prevenção como para o tratamento de diversas doenças neurodegenerativas, ou seja, aquelas que acometem o sistema nervoso central. Exemplos dessas doenças incluem a doença de Alzheimer e Parkinson. Além de melhorar a qualidade de vida e auxiliar no tratamento de condições, como a ansiedade e a depressão, a atividade física auxilia na realização de novas sinapses e no próprio processo de neuroplasticidade, uma adaptação importante para o bom funcionamento do cérebro”, enfatizou Augusto.
Dessa maneira, a diretriz da OMS (Organização Mundial de Saúde) para atividade física e comportamento sedentário aponta que um adulto precisa cumprir com pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de moderada intensidade ou ao menos 75 a 150 minutos de vigorosa intensidade ao longo da semana para benefícios à saúde, que devem ser usados por pelo menos três dias da semana.
“O exercício físico é importante, pois diversos estudos têm associado a prática de atividade física ao retardo na progressão das demências. A prática de atividade física aeróbica por 20 minutos, três vezes por semana, em que a frequência cardíaca atinja 80% do máximo previsto para idade, já é suficiente para uma resposta cognitiva preventiva para as demências”, disse Carlos Alexandre.
O papel da nutrição no Dia Mundial do Cérebro
Conhece a dieta mediterrânea? Caso não a conheça, está aí mais um motivo para incorporá-la no seu dia a dia. Esse plano alimentar consiste no consumo de alimentos de origem vegetal com moderada ingestão de peixes e ovos e um “belisco” de carne vermelha, gordura saturada e vinho.
“A dieta mediterrânea, associada à dieta para controlar a hipertensão, mostrou-se benéfica. Em estudos para prevenção de distúrbios cognitivos. Por exemplo: a doença de Alzheimer”, garantiu Twardowschy.
As demais recomendações para o bom funcionamento do cérebro
Stress, mau sono, sedentarismo e o excesso de bebida alcoólica estão entre os exemplos que costumam deixar o raciocínio lento. E que contribuem para que as pessoas sintam dificuldades para os seus afazeres diários.
“Hábitos de vida como atividade física regular, sono adequado, alimentação saudável e saúde mental em dia tornam-se boas medidas para melhorar a sensação de fadiga e raciocínio lento”, orientou Coelho.
O efeito de ler se relaciona com uma série de domínios cognitivos. Exemplos: abstração, memória e atenção, que desempenham a “função” de exercício para o cérebro. Mais um hábito que pode ser benéfico para o seu cérebro.
“A leitura está relacionada com um menor declínio e maior preservação das funções cognitivas em longo prazo, sendo uma medida importante para o envelhecimento saudável. Atividades de leitura devem ser realizadas com frequência, de preferência semanalmente e independente do nível educacional”, detalhou Augusto.
Qual a importância do sono para o cérebro?
“O sono tem papel essencial para o funcionamento cerebral adequado. Após períodos curtos de privação do sono, podemos apresentar prejuízo em uma série de domínios cognitivos. Regiões do cérebro, responsáveis pela atenção e memória de trabalho, que permite o armazenamento temporário de informação enquanto uma determinada tarefa está sendo realizada, são afetadas pela privação do sono. O que explica as dificuldades em realizar atividades que demandam concentração e raciocínio após uma noite mal dormida. Além de malefícios observados em curto prazo, acredita-se que durante o sono aconteçam processos complexos em que ocorre eliminação de substâncias relacionadas a doenças neurodegenerativas. Resumindo, dormir bem é envelhecer com saúde”, concluiu o Dr. Augusto Coelho.
Dado
Essas orientações servem para a atual realidade global. A estimativa é que um em cada três sujeitos irão desenvolver um distúrbio neurológico em algum momento da vida. O que torna essas doenças o principal efeito de causa da incapacidade e, posteriormente, a principal causa da morte.