Saúde

Jovem e com dor no quadril? Veja como reverter esse quadro

Enfermidade normalmente associada à população idosa, as dores do quadril estão se tornando cada vez mais comuns nos mais novos

Foto: Shutterstock

É muito comum ver pessoas de mais idade sofrendo com dores, principalmente no quadril. Contudo, cerca de 15 milhões de brasileiros sofrem de algum tipo de artrose e é preocupante ver que esse número está crescendo, principalmente entre os mais jovens.

Segundo o médico ortopedista Dr. David Gusmão, as principais razões para esta situação é que “os jovens são praticantes de atividades físicas e há aqueles que têm pequenas alterações no formato dos ossos do quadril. Este tipo de pacientes está cada vez mais comum no consultório do médico especializado em quadril.

Segundo o especialista, “o impacto femoroacetabular (IFA) do quadril é uma das principais causas da dor do quadril em adolescentes e também nos adultos jovens. A pessoa sente este incômodo porque o que acontece é o contato anormal entre os ossos do quadril que ocorre durante os movimentos. É preciso ficar alerta e se cuidar enquanto é tempo, pois o IFA é um importante fator de risco para o desenvolvimento de artrose no quadril no futuro. Se essa dor no quadril tiver relação com alteração óssea, a pessoa precisa de se submeter a um tratamento o quanto antes”.

Vale lembrar que cada caso é um caso, daí a importância de um tratamento individualizado. Segundo Dr. Gusmão, é importante observar que a fase do desenvolvimento esquelético varia de acordo com a idade e desenvolvimento hormonal de cada adolescente. “Logo, é importante que o ortopedista observe quanto a pessoa possui da cartilagem de crescimento para não prejudicar o desenvolvimento ósseo”, detalha.

Dr. Gusmão comenta que nos quadris normais, durante movimentos do dia a dia ou atividades físicas, não há contato agressivo entre o fêmur e o acetábulo. “Mas, quando a pessoa está em um quadro de IFA, o que se vê é o impacto anormal entre as estruturas que compõem o quadril (colo do fêmur e o osso acetábulo) e consequentemente o comprometimento de toda a biomecânica dessa articulação, lesão do labrum e da cartilagem articular, resultando na dor no quadril. Isso pode acontecer com quem pratica atividades físicas que envolvam grandes amplitudes de movimento do quadril, como futebol, tênis, corrida, ballet, artes marciais, crossfit, e esportes com saltos”, acrescenta.

Para quem precisa de tratamento cirúrgico, o médico ressalta que os pacientes podem passar por uma intervenção benéfica que traz uma mudança significativa para suas vidas. “Agora é possível tirar a dor do paciente, aumentar a durabilidade da articulação natural, e elevar também a amplitude de movimento do quadril, permitindo à pessoa fazer maior esforço físico sem sentir qualquer tipo de incômodo”, completa Dr. Gusmão.

Segundo o médico, essa descoberta do Impacto femoroacetabular aliada à videoartroscopia revolucionou a especialidade do quadril. “Apesar de isso ter acontecido há mais de 20 anos, isso ainda é muito incipiente no universo da medicina, e por essa razão, muitos cirurgiões ainda não estão capacitados a fazer a artroscopia de quadril”, pondera.

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