Recentemente, o diretor esportivo do Paris Saint-Germain, Luis Campos, nomeou um novo nutricionista para cuidar dos jogadores. A primeira decisão do novo contratado foi proibir o consumo de refrigerante e chá gelado durante as refeições. A medida pode ser considerada drástica. Mas, a decisão do profissional tem um sentido benéfico.
É o que analisa a nutricionista e educadora física Dani Borges. Segundo ela, o corte visa aumentar o rendimento dos atletas. “Dependendo do horário e quantidade que o atleta consome essas bebidas, ele pode ter sua performance prejudicada, ficando mais cansado, por exemplo. As bebidas com mais açúcar causam isso”, explica.
Conforme Dani, a medida pode elevar a qualidade alimentar do atleta. Ela alerta ainda que essas bebidas, mais pobres em vitaminas, causam um grande prejuízo a longo prazo.
É válido proibir o refrigerante?
A profissional aponta os resultados de um estudo feito pelo Centro de Pesquisa CSPI (Center for Science in the Public Interest), de Washington, EUA. Eles testaram a quantidade da substância nas latas de Coca-Cola vendidas no Canadá, Emirados Árabe, México, Reino Unido e nos Estados Unidos. O estudo apontou que a bebida comercializada no Brasil contém a maior concentração do 4-metil-imidazol (4-MI), subproduto presente no corante Caramelo IV e possivelmente cancerígena.
“Porém, a gente sabe que a ingestão de Coca-Cola e esses chás também podem trazer alguns benefícios psicológicos. Porque mente e corpo caminham juntos, devo lembrar. Por isso, o nutrólogo tem importância nesse processo. Mas um psicólogo que faça o acompanhamento dos atletas que podem se afetar por uma medida como essa também é importante”, destaca Dani.
A profissional acrescenta que isso não é apenas no futebol. Suspender a ingestão dessas bebidas para atletas de outras modalidades também é comum. “Vale lembrar também que essa suspensão não se resume às bebidas. Embutidos, fast-food e alimentos que possuem alto valor calórico são cortados da rotina de atletas constantemente, tanto visando uma maior performance como uma melhor saúde mais a longo prazo”, finaliza.