Saúde

Sem energia para o dia a dia? Isso pode estar ligado à sua alimentação

Entenda o quanto a sua alimentação influencia diretamente a sua rotina diária e saiba o que fazer para melhorar sua disposição!

Foto: iStock / Getty Images

Se existe uma sensação que acompanha a vida moderna ela é, sem dúvidas, a falta de tempo. Mal acabamos de nos despedir da sexta-feira e logo temos que encarar uma nova semana. Em meio a tantas obrigações a cumprir, não é incomum a impressão de que apenas dois dias não foram suficientes para recarregar as energias.

Esse efeito pode ser relativamente normal, com a segunda-feira gerando certo desânimo em muitas pessoas. Mas existe uma linha tênue que separa o cansaço eventual da fadiga crônica. Ironicamente, um dos fatores mais determinantes nessa questão é um dos mais negligenciados atualmente: a qualidade da alimentação.

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Sinais do descompasso

Com o ritmo da vida moderna, é extremamente comum termos que nos dividir entre diversas tarefas. Casa, trabalho, estudo, filhos… Tamanha correria requer, naturalmente, mais energia do corpo. Porém, em virtude do próprio estilo de vida acelerado, nem sempre essa demanda é suprida pela dieta. Quando as más escolhas da dieta se tornam constantes, a oferta de combustível para o organismo pode ficar baixa, resultando em sintomas como cansaço, fraqueza e dificuldade de concentração.

De acordo com a nutricionista Joanna Carollo, existem alguns sinais que podem sugerir um distúrbio dessa ordem. “Embora a fadiga crônica possa ter várias causas, quando o problema está relacionado à alimentação desbalanceada, o corpo emite sinais bem evidentes. Além do cansaço físico, cãibras e dores musculares, o indivíduo pode apresentar unhas e cabelos quebradiços, pele seca, tremores, tontura, entre outros. Isso porque nutrientes essenciais, como vitaminas e sais minerais, podem estar em falta, comprometendo o bom funcionamento do organismo. Se o indivíduo se sente frequentemente esgotado, mesmo após uma boa noite de sono, é importante buscar ajuda médica para investigar o problema”.

Além disso, a especialista pondera que o indivíduo pode fazer uma análise sobre seus hábitos alimentares. “Refletir se as escolhas do dia a dia são suficientemente boas, nutritivas e condizentes com o estilo de vida. Não basta apenas ‘comer para matar a fome’, é preciso ver se as refeições estão de fato suprindo a necessidade energética e vitamínica”.

Forneça “combustível” de qualidade

Carollo explica que a fadiga crônica ligada à deficiência nutricional não significa, necessariamente, uma alimentação insuficiente, mas, muitas vezes, pouco qualificada. “Como sabemos, os alimentos são a nossa fonte majoritária de energia. Porém, assim como um carro, precisamos de um combustível de qualidade. Se você não coloca uma boa gasolina e não cuida da manutenção, por mais que o veiculo esteja ‘abastecido’, uma hora vai apresentar um problema mais grave e prejudicar seu funcionamento. Nosso organismo trabalha da mesma forma, se essas refeições não suprirem determinados nutrientes, o corpo vai perdendo ‘potência’”.

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Minerais que afugentam a fraqueza

A deficiência de minerais como o magnésio, ferro e potássio pode desencadear sintomas diversos. Entre eles, fraqueza, alterações no ritmo cardíaco, cãibras, náuseas, perda de apetite, dificuldade de concentração, sonolência, enfraquecimentos das unhas e cabelos (inclusive a queda), irritabilidade, palidez, baixa na imunidade e, em casos mais severos, problemas de saúde como a anemia. Isso porque esses minerais são responsáveis, dentre outras coisas, pela produção de energia, contração muscular, oxigenação das células, formação dos glóbulos vermelhos, e fortalecimento do sistema imune.

Onde encontrar: sementes de abóbora, espinafre, couve, arroz integral e amêndoas são ricas em magnésio. Já o ferro está presente, sobretudo, nas proteínas animais, como fígado bovino. Também é possível encontrá-lo nos vegetais, como leguminosas e hortaliças verde-escuras. Porém, o ferro presentes nas carnes é melhor absorvido pelo organismo. Já o potássio pode ser obtido através do consumo de bananas, beterraba, feijão e alguns peixes, como o salmão e o atum.

Vitaminas que turbinam a energia

Ganham destaque a Vitamina A, as Vitaminas do complexo B (em especial a B12), a Vitamina C e a Vitamina D. Dentre outras funções, essas vitaminas são responsáveis pelo bom funcionamento neurológico, produção de glóbulos vermelhos, regulação da suprarrenal (glândula responsável pela resposta ao stress), manutenção do bom humor e ação imuno-moduladora. A deficiência de algum desses nutrientes pode levar a insônia, depressão, irritabilidade, dores de cabeça frequentes, problemas gastrointestinais, enfraquecimento da memória, fraqueza muscular e inflamações frequentes.

Onde encontrar: proteínas animais como fígado, ovos e peixes são boas fontes tanto de Vitamina A, quanto de Vitaminas do complexo B. Também é possível encontrar esses nutrientes em fontes vegetais como a cenoura, a abóbora e vegetais folhosos como a couve. A Vitamina C pode ser encontrada em abundância em cítricos como a acerola, a laranja e o morango. Também está presente em vegetais como o brócolis e o pimentão. Apesar de poder ser encontrada em peixes gordos (salmão, atum, etc.), o aporte de Vitamina D merece mais atenção. Ele é um pouco mais difícil de ser suprido somente através da alimentação normal. Justamente por isso, em alguns casos, a suplementação desse nutriente é bem vinda. Ainda assim, para que o organismo seja capaz de produzir a vitamina, é essencial tomar sol moderadamente e com frequência.

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Hábitos que roubam energia

Além de apostar numa alimentação rica nesses nutrientes, é importante afastar alguns hábitos que podem sabotar a energia. Muitos deles estão ligados ao estilo de vida moderno e que devem ser combatidos tanto em prol do desempenho, quanto da saúde. Portanto, evite:

Abusar do café – Bebidas estimulantes podem ser uma alternativa naqueles dias nos quais nos sentimos menos motivados. Porém, se você se sente “dependente” do café (ou de outra bebida rica em cafeína) para encarar uma atividade, pode estar “mascarando” um problema maior. Embora a bebida ajude a manter a mente alerta, é preciso investigar qual problema está relacionado à falta de energia e concentração.

Trocar refeições por lanches industrializados – O mesmo vale para o abuso de alimentos altamente processados e refinados. Além de serem pobres em nutrientes, estes alimentos são rapidamente absorvidos pelo organismo. Isso provoca picos de glicose que favorecem a fome exagerada, ganho de peso e inchaço.

Ficar muitas horas sem comer – Dificulta o controle da ingestão calórica, pois com poucas refeições, o indivíduo tende a comer mais. Com isso, ele corre o risco de comer além da conta e fazer escolhas pouco saudáveis. Resultado: digestão “pesada”, sonolência e indisposição.

Consumir poucas fibras – As fibras possuem um papel importante para boa digestão e tem total relação com a oferta de energia. Como são absorvidas lentamente, controlam a liberação de glicose, evitando picos e mantendo a energia estável.

Porém, é fundamental lembrar que a hidratação adequada é indispensável para que este benefício seja alcançado.

Pessoas muito ativas precisam de suplementação?

Quando a dieta é balanceada, dificilmente um indivíduo sofrerá da fadiga crônica motivada por uma deficiência nutricional. Embora seja relativamente simples afastar essa possibilidade, muitas pessoas tem dificuldade de seguir uma alimentação saudável e natural no dia a dia. Seja pela impossibilidade de preparar as próprias refeições, seja pela falta de tempo para procurar opções mais adequadas. O grande problema é que quanto mais ativa for uma pessoa, maior será sua demanda nutricional. Justamente por isso, muitos podem questionar se é necessário (e válido) apostar na suplementação.

Joanna enfatiza que o melhor caminho é sempre a alimentação balanceada. Contudo, considera que esses produtos podem ter um papel importante na vida de quem não conseguem obter nutrientes unicamente por meio da dieta. “Não só pela oferta de energia, mas principalmente pelo aporte de vitaminas e sais minerais que muitas vezes não podem ser totalmente supridos ao longo do dia pelo cardápio. Suplementos alimentares podem ser uma alternativa para facilitar a rotina dessas pessoas. Porém, como essa questão é totalmente individual, é fundamental buscar orientação profissional para verificar quais nutrientes devem ser suplementados e em quais quantidades”, finaliza.

VEJA TAMBÉM: Suplementação alimentar: mitos e verdades sobre o consumo

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