Corrida

3 perguntas para Fernanda Paradizo

A Sport Life conversou com a fotógrafa Fernanda Paradizo, que além de tirar fotos belíssimas de corridas pelo mundo todo, participa dessas corridas

Foto: Acervo pessoal

A fotógrafa já fez seus cliques em diversas maratonas, como a de Chicago, a de Nova York, e a da Disney. Fernanda Paradizo não se vê como uma fotógrafa que corre ou vice-versa, pois ambos os ofícios são igualmente importantes em sua vida. “A fotografia é minha profissão, assim como o jornalismo. A corrida é a modalidade que adotei para me manter em forma e ter uma vida saudável há muito tempo.”.
Ao contrário do que muitos pensam, a divisão de espaço não é uma das principais dificuldades de um fotógrafo em corridas. Para escolher o local adequado para captar os melhores cliques, ela estuda o percurso com antecedência. Sobre a disputa de espaço, ela diz que tudo é questão de organização. Os fotógrafos sempre estão credenciados e possuem um local certo para ficar, e precisam se antecipar para acompanhar a prova nos melhores momentos, inclusive na linha de chegada.

 

Foto: Fernanda Pradizo

 

Qual é o segredo para tirar belas fotos em corridas?

Sobretudo, é preciso conhecimento técnico de fotografia e também ter domínio do equipamento que você usa para que consiga produzir o que quiser. Se tiver isso e visão para pensar em coisas diferenciadas, saindo do lugar-comum, pode se sobressair na profissão.

 

Qual foto de sua carreira você tem mais orgulho?

Não sou apegada muito às fotos que tiro, porque passado algum tempo sempre acho que poderia ter feito melhor. E, como tenho muito material em arquivo, até esqueço alguns cliques que fiz. Mas claro que algumas imagens tenho um apego especial pelo que elas significam ou significaram na hora da foto. Eu me apego mais à lembrança e à história que a imagem carrega e não por ser uma foto tecnicamente perfeita. Acho que a imagem do octacampeonato do Adriano Bastos na Maratona da Disney, com os personagens perfilados atrás, é uma foto que sempre me pego olhando. Depois de tantos anos fotografando a Disney (este será o 14º ano), foi a primeira vez que consegui pegar os personagens juntos comemorando e o salto característico do Adriano com as duas pernas para o alto. Gosto bastante dessa foto, porque sei o quanto significou para ele, que é meu amigo. Claro que hoje também me orgulho de três fotos tiradas na Maratona de Nova York e que foram escolhidas para uma exposição especial da maratona e que estão no Museu da Cidade de Nova York. É uma honra fazer parte disso.

 

Como é esta disputa de espaço entre fotógrafos?

Aqui no Brasil, nas corridas e nas provas de triatlo em geral, há muita camaradagem e respeito entre os profissionais, até porque um já conhece o outro. Em provas mais famosas, que atraem mais atenção da mídia, como uma São Silvestre ou um Troféu Brasil de Atletismo, é mais comum ter alguns problemas de espaço entre profissionais, principalmente aqueles que não cobrem o dia a dia do esporte. Às vezes algumas palavras mais ríspidas são proferidas. Mas o maior problema que os fotógrafos enfrentam é a arrogância de alguns profissionais de TV, que não sabem dividir espaço de forma amistosa ou pedir educadamente para que você não entre na frente deles para não atrapalhar as imagens ao vivo. Mas são ossos do ofício. Já nas provas lá fora, em geral há sempre uma cordialidade muito grande entre os profissionais.

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