É fácil constatar o impacto que a comida causa nas suas medidas. Já não é tão simples assim verificar como as escolhas nutricionais que fazemos mexem com a nossa cabeça, embora todo mundo saiba (ainda que intuitivamente) quanto a comida é importante para as nossas emoções. Afinal, quem nunca se “enterrou” num pote de sorvete ou “mergulhou” no chocolate quando estava aborrecido? Mas agora a ciência está provando que muitos alimentos interferem (alguns mais, outros menos) no metabolismo cerebral. Ou seja, dependendo do que coloca no prato, você pode ficar mais agitado, feliz e até mais disposto.
“Pesquisas científicas vêm demonstrando uma estreita relação entre o equilíbrio de nutrientes e as complexas reações cerebrais. Algumas comidas fornecem nutrientes importantes que participam da produção dos neurotransmissores, mensageiros químicos que favorecem a comunicação entre as células do sistema nervoso. Além disso, três desses neurotransmissores estão diretamente relacionados ao humor: a serotonina, a dopamina e a noradrenalina”, explica Paula Crook, nutricionista da Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição.
Mas não é tão simples assim: um alimento não é composto de apenas um nutriente, mas por um mix – muitas vezes complexo – de vários macro e micronutrientes. Alguns deles, principalmente quando combinados, podem ter um importante efeito sobre o cérebro, intensificando ou minimizando alguma característica emocional.
Comida que faz sua cabeça!
Triptofano e carboidrato
A serotonina regula a intensidade dos sinais que são transmitidos de uma célula nervosa (o neurônio) à outra. Pode tornar a comunicação entre os neurônios mais eficiente: por isso, altera tanto o humor. Níveis altos da levam a uma espécie de estado de sedação, de bem-estar, de felicidade; por outro lado, níveis baixos geram depressão, baixo astral.
Alguns alimentos são naturalmente ricos em serotonina, como é o caso das nozes, kiwi e banana. Contudo, o grande problema é que a serotonina ingerida não consegue chegar ao cérebro. Assim, você deve comer alimentos ricos em triptofano, o tijolo formador dessa substância.
Coma: peixes, nozes, castanhas, leguminosas (feijão azuki, lentilha, soja), semente de abóbora, levedo de cerveja, linhaça, aveia, arroz integral, chocolate amargo, queijo tofu, melancia, banana, abacate, suco de uva tinto integral, abacaxi e leite.
Vitamina B6
Necessária para a síntese de, entre outras substâncias, a serotonina. Acredita-se que uma deficiência na B6 possa levar a desestabilidade emocional.
Coma: frango, peixe, amendoim, avelã, milho, cereais integrais, feijões, couve-flor e banana.
Proteínas
Formadas por “tijolos” chamados aminoácidos, que são lançados ao sangue depois que o bife que você acabou de comer é digerido. Pois, um desses, a tirosina, é a unidade básica de três neurotransmissores conhecidos por, entre outras coisas, dar um “up” nos seus níveis de energia e alerta a dopamina, a epinefrina e a norepinefrina.
Coma: ovos, carne e peixes.
Ácido fólico
A deficiência nesse nutriente está ligada à depressão, já que o ácido fólico é fundamental para a produção de serotonina no cérebro.
Coma: vegetais de folhas verde-escuras, como espinafre, brócolis, frutas cítricas, papaia e lentilha.
Selênio
Encontrado em grãos, carne e peixe. Deficiências no elemento estão ligadas ao aumento de ansiedade, depressão e fadiga.
Coma: castanha-do-pará, ostras, fígado e, por fim, semente de girassol.