Corrida

Corrida de costas queima 15% mais calorias

Saiba por que a corrida de costas, ou corrida reversiva, turbina a queima de calorias

Corrida de costas: turbina equilíbrio e coordenação

Corrida de costas: turbina equilíbrio e coordenação

 

 

A corrida de costas, ou marcha reversiva, como também é chamada, vem ganhando cada vez mais adeptos. Correr de costas não é uma bizarrice. Pelo contrário. Possibilita uma melhora no desenvolvimento do ritmo, da consciência espacial, da lateralidade, do equilíbrio e da coordenação, ajudando não apenas a corrida “tradicional”, como em outros esportes. “A corrida de costas pode ser encarada como um complemento para o futebol e o tênis, esportes que usam muitos deslocamentos para trás durante a partida. Em relação à corrida, ela ajuda a desenvolver equilíbrio muscular, o que favorece a coordenação e o controle corporal”, diz Renato Dutra, diretor-técnico do app SouRun. “Quando você faz apenas movimentos para frente, você mostra ao músculo o que ele já está acostumado a fazer. Quando fazemos o oposto, no entanto, aplicamos uma atividade que requer melhor e maior organização neuromuscular do corpo”, diz Pablo Galletto, professor de educação física e especialista em MR.

Passadas para trás também estimulam e sincronizam os hemisférios cerebrais, melhoram a postura e desenvolvem a visão periférica. “Ela propicia novos estímulos, faz uma ‘bagunça cerebral’, forçando todas as estruturas nervosas a se reorganizarem. Essa ‘revolução no cérebro’ traz a melhora da psicomotricidade, da propriocepção, do ritmo, da consciência espacial, da lateralidade, do equilíbrio e da coordenação”, ressalta Maurício Póvoa Barbosa, médico do esporte da Clínica Orthobone.

O especialista explica que o exercício começou a ser praticado na China, mas foi nos EUA que ele ganhou status de esporte. “Andar ou correr de costas é indicado para quebrar padrões psíquicos e corporais”, diz. Ao fazer um movimento com o qual o cérebro não está acostumado, ele recebe uma espécie de “choque”, que leva ao surgimento de mais conexões entre as células nervosas, as chamadas sinapses. “Sair da rotina estimula não só o corpo, mas o psicológico”, pontua  Galletto.

Gasto calórico extra

Mais uma boa notícia: a corrida de costas gasta 15% mais calorias do que a corrida com a qual você está acostumado. “Por ser uma atividade mecanicamente inusual, ela demanda mais força e recruta vários grupos musculares que não estão acostumados a trabalhar intensamente, fazendo com que ocorra maior gasto de energia”, ressalta Galletto. A prática melhora, ainda, as condições cardiovasculares, como mostrou pesquisa feita pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM).Segundo o estudo, o movimento para trás feito com o auxílio de bicicletas ergométricas e elípticos faz com que a pessoa ganhe, também, melhores condições cardiovasculares quando comparado a indivíduos que realizam o movimento para frente.

Assim como a corrida “para frente”, a marcha reversiva trabalha bastante as coxas. “A musculatura do quadríceps é trabalhada com mais intensidade porque ela passa aagir como propulsora. Já a panturrilha, os posteriores da coxa e os glúteos agem como estabilizadores, inversamente ao que ocorre na corrida”, ensina Dutra. Além disso, as articulações dos joelhos são menos comprimidas, já que a distribuição do impacto da pisada acontece de forma diferente. “Os pés tocam o solo principalmente com a ponta. Dessa forma, o joelho fica semiflexionado e o quadril tem um movimento harmonioso, o que não ocorre durante a corrida tradicional”, garante Galletto.

 

Veja também: 4 tipos de respiração para a corrida

 

Fique atento!

Benefícios à parte, é preciso um certo cuidado e atenção na hora de começar a praticar.“Quando se começa a exe­cutar a corrida de costas, é comum que o praticante sofra várias ‘quedas controladas’, relativas ao deslocamento do seu centro de gravidade para trás”, alerta Galleto. E não são todos que podem praticá-la. “AMR é vetada para pessoas com labirintite, hérnia ou protrusão de disco, por conta dos movimentos que a prática exige”, diz Flávio Freire, diretor-técnico da Flávio Freire Assessoria Esportiva.

Quem está começando não deve arriscar no volume, claro. “Eu não recomendo fazer longas distâncias. Sugiro, apenas, que seja um complemento à corrida, com alguns deslocamentos como parte do treino”, recomenda Dutra. Segundo ele, é fazer correr de costas duas vezes por semana, como parte do aquecimento. “Logo apósos 10 min iniciais de aquecimento com um trote leve, corra de costas 4 x 10 m, dando um intervalo de 30s entre cada estímulo, quando você deve caminhar normalmente”, recomenda.

Mas se você quer mesmo praticar a modalidade, o melhor é investir em 3 sessões semanais de treinos de cerca de 40 min cada. “Antes de começar, alongue os membros inferiores, as costas, os ombros e o pescoço. A evolução vai acontecer de acordo com a adaptação do seu corpo ao movimento. Por isso, no começo você pode intercalar 5 min de corrida leve com 1 a 2 min de corrida de costas, tomando cuidado para não cair na hora da inversão; depois, aumente para 5 min de corrida leve e 3 min de MR; 5 min de corrida leve e 4 min de MR e assim sucessivamente, até chegar a 5 min de corrida leve e 5 min de MR”, sugere Freire.

Click to comment

Você também vai gostar

Corrida

A checagem do treino diário vai te guiar na conquista dessa meta

Treinos

Tudo começa pelo trabalho de fortalecimento muscular

Corrida

Os ingressos para este evento já estão esgotados há dois meses

Corrida

É o tipo de atividade que conquista várias pessoas pelo país

Sair da versão mobile