Depoimento dado a Amanda Preto
Assim como muitos corredores que tiveram que percorrer uma coleção de quilômetros até chegar ao sonho de completar uma maratona, Cristiano Fetter enfrentou as agruras e delícias dessa odisseia de treinos, lesões e contratempos. Em 2013, ele fez seus primeiros 42 km na maratona de Curitiba, uma das mais complicadas do país, por conta do percurso sobe-e-desce. Em paralelo, Fetter trabalhava com dependentes químicos com o objetivo de servir como ombro amigo na dura luta contra o vício. Mas ele viu que poderia ir mais além desse propósito inicial com uma aliada: a corrida. Aqui, ele conta mais essa história:
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“Percebi que o esporte poderia oferecer a esperança que faltava na vida dos participantes do grupo de dependentes químicos. Dessa consciência, nasceu o Projeto Nova Vida, em parceria com meu amigo, Marcus Vinicius. Porém, por falta de incentivo financeiro, tivemos que diminuir nossas atividades. Dessa forma, eu encontrei outra maneira de ajudá-los: continuei a correr levantando a bandeira de que o vício da corrida supera o vício das drogas. Hoje, não corro porque vou ganhar uma prova, tampouco para competir com alguém, mas para desafiar meus limites e para que as pessoas vivam a alegria de ultrapassar uma linha de chegada. E quando corro levo comigo a bandeira de uma causa: a certeza de que o esporte pode salvar vidas.
Hoje, meu maior desafio é incentivar as pessoas a buscarem a melhor versão de si mesmas. Acredito que todos têm um potencial enorme, mas muitas vezes não desenvolvem por causa da intensa rotina do dia a dia. Percebo que a corrida ajuda a obter mais disciplina, a superar dificuldades e, segundo estudos, a ficar mais inteligente. Então, por que não correr? Mas de forma bem pessoal, quero poder correr longas distâncias em locais paradisíacos, praias, montanhas, serras etc. Estar em contato com a natureza me faz ter a certeza de estar vivo.
A Uphill
No ano retrasado, participei pela primeira vez da Mizuno Uphill. Não sabia o que esperar da prova, e posso dizer que foi uma das mais difíceis que já participei. Para subir melhor a serra catarinense em 2015, fiz muitos treinos pelas maiores lombas da cidade e, quando posso, viajo para as serras mais próximas para desbravar locais novos. O que mais queria era chegar ao final da prova para poder abraçar cada amigo virtual que fiz por meio dela. Para isso, organizamos um grupo no bate-papo virtual para ninguém ficar de fora. Com certeza, foi uma corrida de amizade e de superação!”