Comecei a competir pelos idos de 1994/95 quando uma competição da Corpore não chegava a 700 participantes. Em contra partida, no pelotão de elite era incontável o número de corredores de primeiríssimo nível. Quando falo primeiríssimo nível, e para efeito comparativo, refiro-me a atletas do porte de um Marílson Gomes – nosso melhor atleta na atualidade.
Naquela época o vencedor de uma corrida era uma incógnita até o final, dada a profusão de corredores de elevado nível técnico, ou seja, não havia favoritos. Atualmente, fora o Marílson, existem dois ou três que bem treinados, poderiam quem sabe, dar trabalho a Marilson. Mas Marílson seria o favorito, o que não ocorreria no passado.
Portanto, se um estrangeiro me perguntar quais são os três melhores corredores brasileiros da atualidade, poderia até listar uns três, mas com grandes ressalvas. Vivemos um paradigma, já que o atual nível quantitativo das corridas de rua no Brasil não condiz com o parco número de atletas de primeiro nível, embora atletas de elite se formem nas pistas e não nas ruas.
Já na década de 90, com provas paupérrimas, tínhamos atletas do quilate de um Ronaldo da Costa, Delmir dos Santos, Vanderlei Cordeiro de Lima, Valdenor dos Santos, Luis Antonio dos Santos, Diamantino dos Santos, Eder Moreno Fialho, Daniel Lopes, Emerson Iser Ben, entre outros.
Para quem desconhece a história das corridas de rua no Brasil, e esses atletas só “soam como nomes”, diria que foram corredores que em plena forma física, fariam um Marilson ter que dar seu melhor para poder vencer.
E você o que acha que devia acontecer para que haja renovação na elite brasileira?