As campanhas de saúde colorem cada mês, ou seja, fevereiro é o mês roxo com mistura de laranja sobre a conscientização das doenças de lúpus, alzheimer, fibromialgia e leucemia. O universo esportivo pode ajudar em uma dessas enfermidades. Nesse sentido, veja que o exercício físico desponta como tratamento a fibromialgia.
Entenda primeiramente o que é a fibromialgia, causas e sintomas
“Fibromialgia é o termo atual para dor musculoesquelética crônica disseminada, com duração maior que três meses, não inflamatória e não autoimune. São pacientes com uma hipersensibilidade a dor, em que estímulos que normalmente não causariam dor em outras pessoas, causam dor nestes indivíduos. Associado a queixa da dor difusa, podem apresentar também distúrbios do sono, fadiga, além de distúrbios do humor”, disse a reumatologista dos Hospitais Universitário Cajuru e Marcelino Champagnat, de Curitiba, Ana Cristina Boni em entrevista exclusiva para o Sport Life.
“Pode ocorrer de forma primária, sem nenhuma outra condição associada, em que exames laboratoriais e de imagem normalmente não apresentam nenhuma alteração ou secundária a outras doenças, como lúpus e artrite reumatoide”, complementa a reumatologista.
Exercício físico como forma de recuperação
No decorrer do contato com a reportagem do Sport Life, Ana admitiu que o exercício físico é o tratamento ideal juntamente com terapia cognitivo comportamental. Se haver necessidade, os medicamentos antidepressivos e analgésicos são outras alternativas. Detalhe que não há até o momento qual exercício indicado, ou seja, o que importa é se movimentar.
“A melhora do quadro da fibromialgia acontece somente com a prática de exercícios físicos, sendo extremamente estudado e visto como o melhor tratamento para a condição. Não há evidência de que um determinado exercício seja melhor que o outro, porém nota-se que exercícios aeróbicos podem melhorar o sono”, comenta.
“O ideal é que se inicie de forma gradual, com aumento da intensidade e do tempo de exercício conforme tolerância. Sugere-se que o início seja de exercícios de baixo impacto, como a caminhada diária, alongamento, natação, hidroginástica”, explica a reumatologista.
Pesquisas
As orientações da reumatologista partem na contramão da realidade do Brasil. Afinal, a Apsen Farmacêutica mostrou o seu levantamento no primeiro semestre do ano de 2021, cuja tese é que a fibromialgia é a principal causa de dores crônicas no Brasil. A maioria dos casos incide nas mulheres e ao menos 3% da população amarga essa doença.
Há o diagnóstico nesse trabalho de que a fibromialgia é recorrente em mulheres. 90% dos casos verificados de fibromialgia pertence a essa parcela da população, que tornou-se comum nas mulheres de 25 e 50 anos de idade.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) manifestou em abril de 2022 que o Brasil é o país mais sedentário da América Latina e figura na quinta colocação do ranking mundial.
Quem é ela?
Ana Cristina Boni é graduada em Medicina pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) junto com outro ciclo na Université Toulouse-III-Paul-Sabatier, na França. E especializou-se em Clínica Médica na PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica) e em Reumatologia na UFPR, respectivamente.