Diferentemente da hipotermia, que é mais conhecida e debatida, poucas pessoas conhecem a fundo ou já ouviram falar sobre a hipertermia – termo associado à elevação e manutenção das temperaturas do corpo humano a patamares capazes de comprometer, ou mesmo de colapsar, seus metabolismos.
A hipertermia, porém, não é um quadro incomum de acontecer, sendo mais prevalente que a hipotermia principalmente em países tropicais, como o Brasil. “Os casos de hipertermia podem gerar um desfecho ruim ao atleta, levando até mesmo à morte”, alerta a médica Karina Hatano. “As atividades esportivas mais suscetíveis são aquelas de alta intensidade ou longa duração”, aponta.
A especialista ainda explica alguns cenários nos quais o problema pode se agravar: “Os atletas mais propensos a sofrer com o quadro são aqueles que apresentam alguma doença aguda (como uma gripe), ou quando estão desidratados, usando certos medicamentos (exemplo diuréticos) e aqueles não aclimatizados para o local ou treino/prova proposta“, elucida.
Um dos exemplos é a corrida de rua com distâncias superiores a 21km, principalmente se o corredor elabora mal suas estratégias de hidratação. Associada aos locais quentes e horário da prova com sol a pino, a situação potencializa as chances de ter um quadro de hipertermia. “Infelizmente, os quadros em eventos esportivos são subnotificados e pouco divulgados na mídia. Uma das causas pode ser o desfecho fatal, levando a falha dos órgãos do atleta, principalmente o sistema nervoso”, diz Karina.