Li a autobiografia de Albert Speer, Por Dentro do III Reich. Speer, arquiteto de Adolf Hitler, conta uma passagem interessante da já então conhecida megalomania do Ditador.
Em 1938 o arquiteto apresentou os projetos do novo estádio olímpico que ficaria pronto no ano de 1945. A capacidade projetada – pasmem – era para 400 mil pessoas sentadas, e nela o fato curioso era que Hitler iria não somente monopolizar os Jogos, como também as regras dos esportes, como transcrevo abaixo:
“Os desenhos estavam fixados em pranchetas ao lado da maquete. Hitler fixou o olhar neles. Falamos de jogos olímpicos. Como nas vezes anteriores chamei-lhe atenção para o fato de não ter o meu campo de esportes as dimensões olímpicas prescritas. Sem alterar a voz, como se tratasse de coisa lógica, compreensível, indiscutível, Hitler disse:
– Isso não tem importância. Os jogos olímpicos serão realizados outra vez em Tóquio no ano de 1940. Mas depois se realizarão sempre na Alemanha, neste estádio. Seremos nós quem determinaremos as dimensões do campo de esportes.”
Pois é, se vencesse a Guerra, o “espírito olímpico” teria ido ralo abaixo.