Corrida

As lesões mais comuns em corredores

Muitos corredores, em algum momento, se lesionam por diversos fatores. Aprenda a evitar e a tratar as lesões mais comuns na corrida

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Texto de Thais Szego

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É bem provável que, em uma hora ou outra o corredor sofra com lesões. E o motivo está ligado a uma questão de movimento e à física. Em um minuto, o corredor dá, em média, entre 160 e 180 passadas. Em cada uma delas, o pé sofre um forte impacto, que se dissipa pelas pernas, atingindo também os quadris e a região lombar. Dessa forma, sair livre de lesões é para poucos. Por isso, pedimos ajuda a especialistas de ponta para explicar como é possível poupar o corpo e como lidar com tais lesões. Mas não se esqueça de que elas não substituem uma consulta ao seu médico.

 

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Canelite

A síndrome da tensão tibial medial (nome “oficial” da lesão) acontece quando há um excesso de pressão sobre a tíbia, osso localizado na canela. A pressão acaba por inflamar uma camada de tecido que recobre o esqueleto (chamada periósteo). Os tendões e os músculos da canela também podem sofrer com lesões. A dor costuma piorar após a corrida e pode levar a um quadro mais grave, como uma fratura por estresse.

Tratamento: se o incômodo for pequeno, o ideal é fazer uma redução na intensidade dos treinos. Mas em muitos casos é preciso fazer repouso. Aplique gelo no local por cerca de 15 min, de 3 a 4 vezes por dia; e converse com o seu médico sobre a possível necessidade de outros tipos de procedimento, como o uso de medicamentos anti-inflamatórios, bandagens funcionais e sessões de fisioterapia.

Prevenção: aumente a carga e o volume de treinos progressivamente, com a supervisão de um profissional habilitado; reforce a musculatura, em especial dessa região, a dos glúteos e a do core, para diminuir a pressão sobre a canela; alongue bem a musculatura das pernas antes e depois do exercício; diminua o tamanho da passada e aumente a cadência para colocar menos pressão sobre as suas canelas; cheque a sua ingestão de cálcio e vitamina D para evitar esta e outras lesões.

Veja também: Dicas de corrida, postura e fortalecimento

Tendinite do calcâneo

É a inflamação ou a degeneração do tendão de aquiles, uma faixa de tecido que liga o osso do
calcanhar ao músculo da panturrilha, considerado o tendão mais potente do corpo humano. Esse tendão é bastante acionado nas nossas atividades do dia a dia. Quando inflamado,
pode provocar desconforto, inchaço na região e até limitar a amplitude de movimento
do tornozelo. O desconforto fica ainda mais acentuado após a corrida e quando se eleva os dedos do pé, pois isso provoca o seu alongamento.

Tratamento: diminua o esforço durante os treinos, que podem ser feitos dentro da piscina, para reduzir o impacto. Ou recorra ao repouso total, se necessário; faça compressas de gelo por
cerca de 15 min, 5 vezes por dia; utilize medicamentos anti-inflamatórios prescritos pelo médico; alongue bem a região; marque uma consulta com um especialista se notar a presença de um caroço nessa parte do corpo.

Prevenção: alongue-se sempre; melhore a postura durante a corrida; fortaleça a musculatura posterior da perna; utilize sempre um bom tênis; aumente a intensidade e o volume dos treinos gradualmente.

 

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Fascite plantar

É provocada pela inflamação em um tecido fibroso localizado na sola do pé que liga o calcanhar aos dedos, a fáscia plantar. Fatores: traumas de repetição, alterações no pé (quando ele é cavo ou chato, por exemplo) e sobrepeso. Entre os sintomas comuns estão queimação, rigidez e dor na parte de baixo dos pés, especialmente perto do calcanhar. O incômodo costuma piorar pela manhã, ao dar os primeiros passos, após ficar muito tempo em pé, ao subir escadas e após o treino.

Tratamento: massageie a sola do pé com a ajuda de uma bolinha de tênis; use bolsa de água quente;  utilize medicamentos anti-inflamatórios indicados pelo médico; alongue a musculatura da perna regularmente; diminua a intensidade do treino ou fique um tempo de repouso; use palmilhas ou órteses customizadas, se necessário; aplique fitas desportivas, também conhecidas
como fitas de cinesiologia.

Prevenção: aumente a intensidade e o volume dos treinos progressivamente; use um tênis adequado para o seu tipo de pé; se possível, procure um fisioterapeuta ou um educador físico para indicar os exercícios para fortalecer essa musculatura.

 

Fratura por estresse

Acontece quando o osso sofre sobrecarga ou impactos repetitivos, fazendo com que ele fique com pequenas fissuras, que provocam bastante dor, especialmente durante a prática da atividade física. Nos corredores, na maioria dos casos, elas acontecem na tíbia (o osso da canela), mas os metatarsos (ossinhos dos pés que são ligados aos dedos) e o colo do fêmur também costumam penar. Aumento inadequado na intensidade e no volume dos treinos, enfraquecimento ósseo, má postura durante a corrida e o uso de calçados inadequados são as principais causas do problema.

 

Bandagens adesivas colocadas por um profissional podem ajudar a proteger a região lesionada. Foto: iStock

Tratamento: diante de qualquer suspeita, procure um ortopedista. Se a fratura por estresse não for tratada da maneira adequada, o quadro pode se complicar bastante. O ideal é parar de treinar assim que sentir um incômodo persistente e fazer repouso do membro afetado.
Faça exercícios de fortalecimento e alongamento muscular com atividades sem impacto, com a supervisão de um profissional; tome medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos e utilize outros métodos que ajudam a diminuir o sofrimento, de acordo com a prescrição médica.

Prevenção: aumente a intensidade e o volume dos treinos progressivamente; faça exercícios de alongamento; realize treinos de fortalecimento muscular, focando, inclusive, os glúteos e o core; diminua o tamanho da passada e aumente a cadência; fique de olho na postura durante a corrida.

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