Quem acabou de começar a treinar ou ainda não entende muito bem como funciona o universo da musculação. Uma das dúvidas mais frequentes é: qual a diferença entre musculação e treinamento funcional? Para esclarecer esta dúvida, o professor da Bio Ritmo Gabriel Dalla Vecchia explicou tudo sobre as duas atividades. Confira:
1. Qual a diferença entre a musculação e o funcional? G.D.: Ambos são ferramenta de trabalho que podem ser utilizadas para qualquer objetivo, desde que de forma correta, respeitando suas variáveis de para melhorar o desenvolvimento e a performance do corpo nas atividades diárias. O segundo ponto é pensar em deixar o corpo em harmonia entre todos os grupos musculares: inferiores, superiores, profundos, estabilizadores, entre outros. Diferentemente da musculação, o funcional explora outros atributos do corpo: flexibilidade, mobilidade, estabilidade, equilíbrio, tempo de reação e melhora neuromuscular. No treinamento esses pontos estão inseridos em uma programação que o indivíduo passa por uma progressão e vai evoluindo em cada um deles. Já na musculação, trabalhamos o corpo de forma segmentada, a qual também é respeitada uma progressão de treinamento, mas que pensamos no corpo como partes diferentes. Ou seja, um dia nós trabalhamos a região da dorsal; no dia seguinte, a região de membros inferiores, e assim por diante. É muito comum objetivos como emagrecimento e hipertrofia dentro da musculação, com treinamentos elaborados para atingir tais resultados. (Foto: Shutterstock)
2. Quais são os benefícios de cada uma das atividades? G.D.: Existe uma atividade mais apropriada para tal benefício do que a outra. Por exemplo, na musculação podemos facilmente conquistar uma melhora de força pura (excelente para pessoas com mais de 60 anos, que têm a força e resistência muscular reduzidas, o que podem resultar em quedas), resistência muscular, simetria muscular (geralmente, o corpo tem medidas desiguais na musculatura), melhora do condicionamento cardiovascular, com melhora de disposição, bem estar, autoestima, diminuição de estresse diário, melhora do sono. Também é uma ótima ferramenta para trabalhar com diabéticos, com indivíduos que possuem alguma patologia (condromalácia patelar, hérnias, e relações com articulações como ombro, quadril, cotovelo). No treinamento funcional, os benefícios são voltados para o dia a dia, como melhora de agilidade, estabilidade (por exemplo, fortalecimento de tornozelo para evitar quedas em calçadas e ruas esburacadas) e melhora da consciência corporal. Há ainda os benefícios relacionados à performance, como melhora de potência, velocidade e prevenção de lesões para atletas de alto rendimento. (Foto: Shutterstock)
3. De que forma as atividades se complementam? G.D.: Quando se treina somente musculação, na maioria das vezes o nosso corpo fica condicionado a séries e repetições. Isso nos torna carentes de algumas características importantes que nos fazem ter uma maior agilidade no dia a dia. Musculação combinada com funcional é uma opção para melhorar questões intrínsecas do nosso corpo, trazendo mais benefícios para a prática de qualquer atividade física, desde que planejado adequadamente cada uma delas. É importante dosar intensidade e volume: quando se treina musculação por um longo período de tempo, com o objetivo de ganhar massa muscular e seu programa está voltado para treinos tensionais de alta carga e intensidade, a tendência é que o corpo sofra de encurtamento muscular e de perda de mobilidade. É aí que entra o funcional: ele vai trabalhar tudo o que a musculação não tem como ponto forte, o que inclui aumento de espaço articular, mobilidade, alongamento, liberação miofascial e consciência corporal. (Foto: Shutterstock)
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