Renato Dutra

Na rua e na montanha

Quem corre, deve pensar em mesclar treinos no asfalto e em trilhas de terra se a ideia é ter vida longa na corrida

Foto: Shutterstock

Que o número de corredores pelo Brasil não para de crescer, isso não é novidade. Estima-se que já somos cerca de 7 milhões correndo por ruas e parques. No entanto, tem acontecido um fenômeno recente: o crescimento do número de provas e praticantes de corridas de montanha. De fato, há, atualmente, diversos organizadores, e os preços praticados para participar de provas mais rústicas mostram que há um público disposto a pagar um pouco mais para sair do asfalto.

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Até fica fácil entender o porquê. Se pararmos para pensar, enquanto há muitos corredores “novatos” e muito empolgados com o circuito tradicional de provas de rua, existe um contingente de atletas veteranos e que já experimentaram todo tipo de distância nos grandes centros urbanos: 5 km, 10 km, meia e maratona. Tenho conversado com alguns veteranos e, de fato, boa parte deles busca novos desafios, ares diferentes e preferencialmente em contato com a natureza. E, inclusive, já há assessorias esportivas e treinadores especializados em treinamento para corrida de aventura e montanha.

Sim, treinar para uma prova em que o terreno é bem mais irregular, com mudanças de superfície (terra, grama, pedras etc.) e constantes aclives e declives torna o ato de correr, no mínimo, diferente. Não somente a exigência técnica muda, mas também as necessidades de fortalecimento, alavancas, sem nos esquecer da estratégia. Enquanto correr no asfalto permite imprimir ritmos mais intensos e o foco fica na administração do esforço ao longo da prova, numa trilha o objetivo é mais distribuído entre manter o ritmo, concentrar-se em aterrissar corretamente e de forma segura em buracos e desníveis, além das mudanças mais frequentes da altimetria (ora descendo, ora subindo). Aliás, há trechos de corridas de montanha em que o atleta leva mais vantagem subindo caminhando do que correndo, e é preciso experiência e treinamento para aprender a caminhar nos pontos críticos do percurso.

Provas de rua ou montanha?

Muitos corredores devem estar se perguntando: devo focar nas corridas de rua ou nas provas de montanha? Não há uma resposta correta, mas é preciso avaliar o objetivo do atleta e sua base de treinamento. Recomendo que, para iniciantes, o início do treinamento vise a participação em provas de rua de 5 km a 10 km. Mas não descarto, e acho interessante incluir na rotina semanal um treino leve feito em trilhas.

Isso porque o terreno é mais macio e força o praticante a adaptar-se às irregularidades. Encaro essa adaptação benéfica também para praticar corrida em parques e ruas. Nunca se sabe quando o corredor encontrará em seu caminho um buraco ou uma raiz, por exemplo. E não faltam histórias de corredores de asfalto que já tropeçaram por conta desses“ imprevistos”. No entanto, as corridas de montanha podem e devem fazer parte dos objetivos de um atleta mais experiente. Por exemplo, após correr por várias temporadas em asfalto, seria benéfico física e mentalmente definir um período de treinamento para as corridas de montanha. Com menos treinos em asfalto e maior quilometragem semanal em trilhas, o atleta se manterá em atividade. Muitos já estão aderindo e sentindo os efeitos positivos de encarar as trilhas. Vale a pena fazer parte disso!

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