Suzana Bonumá

Reduza o sal, mas nem tanto

Estudos apontam que exagerar na restrição de sódio pode fazer mais mal do que bem

Foto: Thinkstock

Não é de hoje que as diretrizes de saúde recomendam cautela no consumo de sal. Em excesso, o sódio presente nesse tempero está associado à hipertensão arterial, que pode desencadear uma série de doenças cardiovasculares.

Pessoas de risco, como hipertensos, diabéticos e doentes renais crônicos constituem os principais grupos de preocupação. Estudos recentes, porém, chamam a atenção para um outro lado: exagerar na restrição de sal pode trazer mais prejuízos do que benefícios à saúde.

Agências como a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugerem que o consumo diário de sódio seja inferior a 2 000 mg. Recentemente, a American Heart Association ajustou sua recomendação diária para 1 500mg de sódio para toda a população americana (pouco mais que 1/2 colher de chá). A diretriz tem causado polêmica, já que vai de encontro a inúmeras evidências científicas sobre o assunto.

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Um estudo recente publicado na respeitada revista científica New England Journal of Medicine acendeu o debate sobre os limites no consumo de sódio, questionando os benefícios de uma restrição severa. Foram acompanhadas mais de 100 mil pessoas em 17 países por mais de três anos. Tanto os participantes com dieta rica quanto os que tinham uma dieta pobre em sódio apresentaram mais risco de morte ou problemas cardíacos graves do que aqueles que tinham um consumo moderado. Os pesquisadores sugerem que não só o excesso, mas também o baixo consumo de sódio, são fatores de risco para doenças cardiovasculares.

A ingestão média de sódio entre os brasileiros está na marca de 4000 mg ao dia, o que justifica, ainda, que esses estudos tenham mais reforço científico e que controlem mais o seu consumo. Grande parte do sódio da dieta provém dos alimentos processados, como temperos, embutidos, enlatados e fast food.

Enquanto os limites de sódio da dieta fomentam discussões científicas e governamentais, não devemos descartar a importância de reduzir o consumo de sal, caso ele seja exagerado. A questão, ainda sem consenso, é se reduzir a ingestão de sal, mesmo quando ela é moderada, pode trazer benefícios adicionais ou prejuízos à saúde.

Para os esportistas, a restrição de sódio deve ser medida com cautela, já que grande parte do mineral é perdido pelo suor durante os treinos. Atenção especial aos treinos prolongados ou sob calor excessivo, situações que intensificam a transpiração e, com isso, a perda de sódio.

Sintomas como dores de cabeça, espasmos musculares, fadiga, náuseas e diminuição da consciência podem ser sinais de uma queda importante na concentração de sódio, com leve a graves consequências. Fique atento e procure alterar água com bebidas esportivas compostas por sódio durante treinos longos ao ar livre em dias muito quentes.

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