Após a desistência de Simone Biles de algumas finais olímpicas, veio à tona um assunto muito discutido nesta pandemia: a saúde mental. A ginasta alegou que precisava seguir seus próprios limites e decidiu cuidar da mente. O que muitos não esperavam era que atletas de grande porte como a norte-americana sofressem com algum distúrbio emocional.
A verdade é que situações de estresse, cansaço excessivo e cobranças são comuns à realidade de muitos profissionais. No esporte, a presença de competições, campeonatos e torneios como as Olimpíadas, por exemplo, podem gerar ansiedade nos competidores.
Segundo uma pesquisa da Employee Solutions, 45% das pessoas consideram deixar o emprego devido ao estresse gerado e mais da metade já tiveram colegas que desistiram do trabalho por conta do estresse emocional e físico.
Se nos ambientes corporativos o cenário já não é dos melhores quando se trata de saúde mental, já que muitas empresas não oferecem esse cuidado ao trabalhador, no mundo esportivo isso fica ainda mais complicado. Recentemente, a tenista Emma Raducanu, de 18 anos, desistiu de seguir no torneio de Wimbledon, após não conseguir lidar com a pressão emocional.
Em eventos como as Olimpíadas, o esportista chega ao seu estresse máximo. Isso porque, exigidos a gerar resultados, ter a melhor performance e impressionar os patrocinadores e País, o competidor fica refém da carga de cobrança para gerir os passos de seu desempenho.
Desempenho X Isolamento Social
Com o adiamento das Olimpíadas de 2021 devido a pandemia da Covid-19, os rumos dos jogos de Tóquio ficaram incertos. Além de lidar com o cancelamento de um importante evento para a carreira, os participantes tiveram de ajustar suas formas de treinamento, já que as academias e clubes esportivos foram temporariamente fechados devido ao lockdown. Foi preciso uma junção de forças entre patrocinadores e técnicos, para tentar diminuir o impacto na performance e do condicionamento físico dos atletas.
Mas é claro que isso ocasionaria uma mudança da saúde mental e física. Conciliar a saúde da mente (incertezas) e a saúde do corpo (treinos) foi uma situação delicada para a maioria dos atletas. Além de Simone Biles, Kelvin Hoefler, medalha de prata no skate street em Tóquio, quase desistiu de participar da olimpíada.
Além disso, equilibrar a falta de treinos e a busca de alternativas para não perder o foco quando os Jogos começaram a se aproximar não foi tarefa das mais fáceis. O medalhista brasileiro, Fernando Scheffer, teve de treinar algumas vezes em um açude, enquanto outros também improvisaram academias em casa.
A situação ficou tão séria no decorrer da preparação para os Jogos Olímpicos que a preocupação com a saúde mental dos participantes foi pauta da COB (Comitê Olímpico do Brasil), que disponibilizou uma cartilha com dicas de como controlar o estresse e a ansiedade nesses momentos.
Dessa forma, o alerta para o esporte foi dado: é preciso priorizar o cuidado com a saúde mental dos atletas tanto quanto a saúde física para ter resultados satisfatórios e livres de cobranças externas e internas.
Fonte: Employee Solutions e Fantástico