O jovem curitibano Brenno Marty, de 20 anos, enfrentou crises de epilepsia há mais de quatro anos, tomou remédios pesados, que não surtiam em resultados. A sua mãe, Alessandra Redulski, leu uma notícia na internet e descobriu que a solução seria a cirurgia feita por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). Ou seja, Brenno fez o procedimento e ganhou outra vida após 5 de agosto de 2022 no Hospital Universitário Cajuru, de Curitiba.
Sensação
“Quando me deparei com a notícia de que uma paciente havia retirado um tumor cerebral num hospital curitibano, foi uma luz para mim”, disse a mãe do jovem. O texto citava uma cirurgia realizada no Hospital Marcelino Champagnat e trazia o nome do neurocirurgião Carlos Alberto Mattozo, que, de imediato, foi procurado pela mãe de Brenno.
“A ressonância magnética apontou a existência de um tumor numa região profunda do cérebro e, apesar de ser pequeno, decidimos pela retirada dele para cessar as crises de convulsões”, relatou o médico que atua nos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru.
Mapeamento do cérebro
A descarga elétrica entre os neurônios pode ser identificada por meio de um eletroencefalograma com mapeamento cerebral. O procedimento foi o melhor caminho para o diagnóstico preciso antes da cirurgia no caso do Brenno. “Acessamos o cérebro do Brenno por meio de sensores, que logo acusaram uma atividade epiléptica e permitiram identificar o local exato desse disparo elétrico: o tumor”, disse Mattozo.
O atendimento 100% e a equipe do SUS tornaram realidade a cirurgia complexa de Brenno. “Para que o procedimento alcançasse um resultado satisfatório, diferentes especialistas estiveram envolvidos. Além da nossa equipe permanente do Hospital Universitário Cajuru, tivemos a participação de uma neurologista e de uma técnica de eletroencefalograma”, afirmou o neurocirurgião.
O uso da tecnologia computadorizada permitiu a quantificação dos resultados na forma de imagens. O procedimento não é invasivo para o paciente, isto é, realizado no máximo em 30 minutos com imagens topográficas dos focos epilépticos.
Do diagnóstico ao novo começo
Receber o diagnóstico de epilepsia não é fácil, mas conviver com os sintomas é ainda mais difícil. Afinal, a doença atinge 2% da população brasileira e em torno de 50 milhões de pessoas do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). As células nervosas comportam-se de forma anormal e exagerada na convulsão, o que leva à perda da consciência, a movimentos involuntários dos músculos, náuseas e vômitos.
As frequentes convulsões provocadas pela epilepsia impediam que o jovem tivesse uma rotina normal desde os 16 anos. “A insegurança me limitava e fazia parte da minha vida”, confidencia. Mas agora, após a cirurgia, o momento é de voltar a sonhar.
A operação foi o ponto de partida para nova esperança de cura para Marty. Começar uma faculdade, procurar um emprego e sair com os amigos são alguns dos planos que ele começou a fazer ainda no hospital. “Saber que posso ter minha vida de volta me deixa muito feliz e pronto para traçar novos objetivos”, terminou emocionado.
Coxa Branca de berço
Brenno aprendeu a ser torcedor do Coritiba por conta da influência do seu falecido pai e da sua avó. Ele recorda muito bem de quando começou a gostar do lado verde de Curitiba. “A minha paixão pelo Coritiba começou pela influência do meu pai, mas quem me levou primeiro no jogo do Coritiba foi a minha mãe. Isso foi em 2008 no jogo Coritiba 2 x 2 São Paulo. Depois o meu pai começou a me levar aos jogos junto com a minha avó”, declarou.
Marty literalmente quer uma virada de ano para o seu time de coração. Então, chega de sofrimento na temporada de 2023 assim como foi na de 2022. “Eu espero que a próxima temporada não seja tão sofrida como a de 2022. Que seja um ano mais tranquilo e que dê para buscar uma vaga na Copa Sul-Americana. Quem sabe até na Libertadores, mas aí já é sonhar demais porque o orçamento do clube não é tão alto. Espero que o clube faça boas contratações” concluiu.