Já fez algum exercício físico e em algum momento sentiu aquela dor na região que é conhecida como a “ponte” entre os tendões com os ossos? Pois é! Saiba que esse tipo de incômodo é recorrente para quem convive com um ou mais tipos de artrite e é conhecido como entesopatia ou entesite. Nesse sentido, saiba mais na sequência o que é a entesopatia.
O que é a entesopatia?
“É a inflamação do tendão que se une ao osso. Então, toda vez que o tendão se une ao osso e aquele local de inserção do tendão no osso pode causar uma inflamação, que pode levar a uma degeneração. Isto é entesopatia”, respondeu com exclusividade para o Sport Life o médico ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein Dr. Mario Ferretti.
As principais causas, exemplo comum e prevenção
A principal causa da entesopatia é a lesão por sobrecarga no esporte e, paralelamente, também pode ocorrer em casos de reumatismo ou alguma reumática, como as espondiloartropatias soronegativas.
A entesopatia comum é a do tendão no calcâneo e atinge os corredores pelo movimento repetitivo com flexão plantar e dorsal na corrida por várias vezes. São flexões que exigem demais do calcâneo. Há ainda os agravantes do tênis inapropriado, rigidez do solo, erros e mudanças bruscas de treinamento. Quem pratica atletismo, vôlei e basquete também estão sujeitos a esse problema.
“Têm os fatores intrínsecos da própria pessoa, como às vezes falta de flexibilidade do tríceps sural do tendão calcâneo, fraqueza da musculatura do tríceps sural e os fatores extrínsecos, que é a superfície do solo, calçado usado e as mudanças abruptas de treinamento, como aumento de intensidade, velocidade e tempo. Também é muito comum em atletas de salto, que possuem um ritmo de treinamento intenso”, completou o Dr. Mario.
“Portanto, alongamento e fortalecimento são partes fundamentais desse processo. Quando a dor já é importante, tratamentos com analgesia e anti-inflamatórios ajudam bem. Gelo, fisioterapia, imobilização por um período de tempo podem auxiliar. Lembrando que no caso de doenças inflamatórias é importante o tratamento específico da doença”, citou em contato com o Sport Life o médico ortopedista do Hospital Albert Einstein e do Instituto Cohen Dr. Marco Tulio Costa.
Acréscimos sobre a entesopatia
O tempo de recuperação leva em conta o grau de acometimento, ou seja, se já há o comprometimento do tendão com a área tendinosa ou de necrose e muitas vezes é preciso cessar o treinamento intenso. “O tempo (recuperação) varia. Pode variar de três a quatro semanas até três e seis meses”, disse o ortopedista.
“Muitas vezes a pessoa melhora um pouco e já volta a treinar. Isso não melhora e vai treinando com dor. O tendão fica insuficiente. A recuperação fica inviável e é preciso algumas vezes o tratamento cirúrgico”, concluiu o Dr. Mario Ferretti.
Portanto, não há definição de tratamento para a entesopatia, mas o que se indica são os tratamentos para as doenças que causam. A recomendação geralmente consiste na junção de exercício físico, descanso e medicação. O médico pode decidir o que é o ideal de acordo com a condição de um sujeito.
No vídeo, explicamos mais sobre as diferenças entre a dor normal e possíveis lesões pós-treino: