No último final de semana, aconteceu em São Paulo a Arnold Classic South America 2017, um dos maiores eventos de fitness do mundo. Inédita em São Paulo (antes, o evento acontecia no Rio de Janeiro), a feira reuniu milhares de pessoas e chamou a atenção pela diversidade esportiva, que transitou do bodybuilding aos campeonatos de cubo mágico. O evento também foi feito para a criançada, já que um de seus fundadores – o astro Arnold Schwarzenegger – acredita que incentivar o esporte ainda na fase infantil evita problemas de saúde para as gerações futuras. Para trazer um pouquinho desse universo de pluralidades, a Sport Life Brasil conversou com um dos fundadores da Calistenia Brasil, o estudante Luiz Otávio Mesquita, de 24 anos, que há 4 anos fundou a modalidade no país em parceria com o empresário Pedro Mazzon Garcia, de 20 anos.
O esporte foi criado originalmente na Europa há alguns anos e é uma variação da ginástica sueca. Ao longo do tempo, a modalidade foi se modificando e houveram grandes mudanças de conceitos. “Hoje ela nem se compara ao que era antes”, afirma Luiz Otávio. O esporte utiliza a música no estilo street workout para sincronizar os movimentos na barra, pois o som ajuda os atletas a melhorarem a sequência de exercícios para, assim, fazerem uma apresentação mais envolvente para o público.
Leia também: Receita fitness: torta vegana de banana
Entenda tudo sobre o CrossFit e aprenda a evoluir no esporte
Atualmente, a equipe da Calistenia Brasil é a maior, sendo referência no país. Promovem campeonatos, possuem canal oficial no YouTube, site e recentemente abriram um centro de treinamento da modalidade.
Confira a entrevista exclusiva com o Luiz Otávio Mesquita:
Quais partes do corpo a calistenia trabalha?
Ela trabalha todo o corpo, desde a ponta do seu dedo da mão até a ponta do pé. É um esporte bem completo, inclusive dá para treinar todos os membros superiores só com o peso do corpo. É uma atividade para homens, mulheres, crianças e até pessoas com idades mais avançadas, como o sr. Antônio, aluno que tem 70 anos e treina com a gente. O legal é que por ser uma atividade isométrica, a pessoa acaba ganhando definição muscular naturalmente.
Existe algum pré-requisito para praticar calistenia?
Não, a única coisa importante é ter um acompanhamento de um profissional formado em educação física, para evitar lesões ou possíveis problemas posteriores.
A Calistenia Brasil sempre está presente nos eventos fitness?
Normalmente, nós fazemos o Expo Battle, que acontece na Expo Nutrition e o Arnold Classic South America. No ano que vem vamos organizar novamente esse campeonato, buscando torná-lo cada vez maior. Quando começamos, tínhamos somente uma estrutura pequena e uma mesinha, agora já temos todas as barras, colchões e iluminação. Isso é para mostrar que está cada vez mais rentável para as empresas patrocinar esse tipo de evento.
Hoje, quantos atletas fazem parte da Calistenia Brasil?
Temos cadastrados em nosso site mais de 50 equipes, e cada equipe tem em média 20 pessoas, então é muita gente (cerca de 1.200 pessoas). A gente tem a ideia de controlar essas equipes e auxiliá-las no treinamento, na vestimenta, e em tudo o que precisarem. O nosso projeto futuro é que a cada esquina tenha um espaço aberto de treinamento para as pessoas praticarem a modalidade: nossa maior dificuldade hoje é não ter estrutura.
Quanto tempo leva para um iniciante começar a entrar em um nível avançado no esporte?
Para uma pessoa que nunca fez, leva em média 6 meses para se conseguir um resultado e os movimentos. Nesse tempo ela já tem 60% da consciência corporal que ela não tinha, e nem precisa treinar todo dia. Estamos falando de uma frequência de três vezes por semana.
Quantas calorias se perde em média, em um treino de uma hora, por exemplo?
Já fizemos um acompanhamento e um atleta de médio rendimento gasta cerca de 500 calorias.
O que a Calistenia Brasil significa para você hoje?
É minha vida na verdade, é minha motivação e não só isso, ver o resultado e ver como isso é importante para as pessoas, é o que mais me motiva. Nós não estamos aqui só por nós, estamos aqui pelos atletas, pelo esporte, pra ver isso um dia ser como é a ginástica, sendo um esporte reconhecido internacionalmente. Com oito meses de treino fui competir no mundial e sei como é incrível essa sensação, quero que todos os atletas tenham a oportunidade de representar o Brasil fora do país. Você ter o bem estar e o estilo de vida calistênico é incrível, porque o momento que você acorda até o momento que você vai dormir, sua alimentação, sua rotina influencia no estilo calistênico, e isso contagia de um jeito que a tendência é de daqui dois a três anos ser uma febre no Brasil, assim como já é lá fora.