Começar a correr

Correr dentro da piscina melhora a técnica e o desempenho

Mais resistência e menos impacto: o deep running, corrida na piscina, também é indicada para quem não está habituado com o asfalto

Foto: Pixabay

Melhorar o desempenho na corrida e, o melhor, sem impacto: esse é o principal objetivo do deep running, técnica que surgiu nos Estados Unidos para manter o condicionamento dos soldados que não podiam fazer exercícios intensos. “A modalidade é uma atividade aeróbica realizada na água, em que o praticante realiza movimentos de corrida, porém sem o toque dos pés no fundo da piscina. No caso dos atletas, o deep running colabora bastante em diversos aspectos físicos, desenvolvendo condicionamento e resistência cardiovascular, fortalecimento da musculatura corporal e prevenindo lesões (que podem ser ocasionadas com a prática na rua, devido ao impacto, por exemplo)”, descreve Fábio Kao, coordenador de Educação Física e Esportes do Centro Universitário Eniac.

O deep running também pode ser usado na reabilitação de atletas lesionados. “Quem tem dores articulares, idosos, gestantes e corredores podem praticar. Não tem muita contraindicação, a não ser a quem não pode praticar esportes na água. Até quem não sabe nadar consegue fazer o deep running, que trabalha com colete de flutuação. É como se fosse correr com uma boia”, explica o fisioterapeuta Bernardo Sampaio, diretor regional da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna, responsável pela unidade de Guarulhos do ITC Vertebral e do Instituto Trata.

Melhora o condicionamento

“A água oferece uma resistência e consegue um aumento da frequência cardiovascular – é um trabalho que alia força, mobilidade e treino cardiovascular”, destaca Bernardo. Fábio Kao também destaca o gasto calórico promovido com a atividade na piscina, uma vez que a água favorece maior troca de calor com o corpo do que o ar. “Na prática, isso significa que o corredor pode manter maior qualidade de hidratação corporal com mais energia durante as atividades, melhorando sua performance”. Melhora da coordenação motora e da técnica de corrida são outras vantagens obtidas com a inclusão do deep running à semana de treinos.

Como e onde praticar?

Você pode até tentar correr dentro da piscina de casa para perder alguns quilinhos, mas saiba que o deep running deve ser feito em com os equipamentos certos e na piscina certa, além de ser executado da forma correta a fim de melhorar a técnica de corrida. “Não pode ser praticado em qualquer lugar, tem que ser funda, os pés precisam ficar livres para usar peso ou caneleira de flutuação. Os equipamentos utilizados são o colete ou as caneleiras”, informa Bernardo Sampaio.

Além disso, é importante ser acompanhado por um profissional. Se o objetivo é melhorar o desempenho, o educador físico é quem vai ajudar na piscina. Já se a técnica for usada para reabilitação, um fisioterapeuta também pode trabalhar com o deep running. “Nesta modalidade o praticante utiliza um colete, que serve principalmente para dar equilíbrio ao corpo e proteger a coluna vertebral (principalmente a parte lombar), com o objetivo de evitar lesões. A princípio, quando a prática de deep running tem fins estéticos, saúde e bem-estar, não é necessário adotar procedimentos específicos de tratamento da água, como controle da temperatura, por exemplo. No entanto, quando a prática tem caráter esportivo, com busca de alta performance, a temperatura da água pode trazer melhores resultados aos treinamentos e consequentemente aos atletas”, avisa Fábio. Daí a necessidade de se buscar não só profissionais capacitados, mas também um local apropriado para a prática. É possível encontrar, inclusive, instrutores de atividades aquáticas, chamados de hidrotrainers.

Destaque

Melhorar o desempenho ou a técnica na corrida, perder peso ou buscar mais saúde: o deep running pode ser praticado na piscina por qualquer pessoa, com diferentes finalidades.

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