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O que não desafia não pode mudar você

A relação criança e esporte molda a personalidade e oferece grandes lições

Foto: Pixabay

Sempre me pergunto se existe alguma ferramenta melhor do que o esporte, para tudo na vida… Uma ferramenta que une classes sociais diferentes, religiões diferentes, cores, idiomas e que, no final, o sonho e o objetivo são os mesmos. Como já dizia o grande Bernardinho, “A única distância entre esses sonhos e a realidade se chama disciplina.”

Desde pequenos, sabemos a importância de termos disciplina, foco, de aprender a superar nossos limites. Um bebê, por exemplo: quantos desafios ele não precisa enfrentar em seu primeiro ano de vida? Aprender a se rastejar, sentar, engatinhar, andar… Ele não desiste quando cai, quando se machuca, já nascemos com esse instinto. Quando crescemos, percebemos que não existe ser mais competitivo do que a criança. Algumas pessoas vão discordar de mim, mas acho isso superpositivo se levado e explorado para o lado certo.

São as frustrações, o saber perder, o querer ganhar que fazem com que sejamos um adulto disposto a enfrentar desafios, mudar, recomeçar. Crianças que crescem tendo tudo, que não sabem dar valor, que não aceitam “não” se tornam adultos frustados e fracassados. E são nas pequenas coisas que crescemos aprendendo a conquistar sonhos maiores. O esporte me ajudou muito em todos os aspectos.

Sempre fui uma criança que não conseguia me concentrar, conversava muito na sala de aula e tinha dificuldade em aprender a matéria das disciplinas, principalmente matemática. Depois que comecei a nadar, foram nítidas as mudanças em casa e na escola. A disciplina desde o horário de cumprir minhas obrigações até o saber de que, se eu não tirasse uma nota boa, eu não poderia ir para o treino…

Infelizmente, hoje a punição que os pais dão aos filhos são só “deixar sem celular” ou “não ter videogame nem computador ou tablet”. Mal sabem que quando chegam na escola acessam através do celular de um amigo ou até mesmo criam perfis falsos para enganar os próprios pais, o que torna o mundo ainda mais perigoso.

Na minha época, eu já tinha celular e computador, mas a diferença foi que minha infância foi com esporte e foi ele que me preparou para a vida, para o “não”, para um “fica para próxima”. Até mesmo para aprender a lidar com os comentários e atitudes perversas das pessoas. Porque o esporte te prepara de dentro para fora. Sendo ou não um atleta de elite, você desenvolve valores que o acompanharão para o resto da vida — passando para a próxima geração.

Através do esporte conheci o mundo, todos os continentes, ganhei bolsas de estudos em escolas do mundo inteiro, tive duas graduações. Sem contar que a vida do atleta inspira. Sim, inspira e contagia as pessoas. Então, a minha dica é: coloque seus filhos no máximo possível de esportes, variados, porque de cada se aprende lições diferentes. Negocie com eles quando não gostarem do esporte, porque mesmo que não seja o que eles desejam ou sonham, pode ter certeza de que eles terão uma base para tudo na vida.

 

Leia também: 5 lições de Bernardinho para superar limites no esporte

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