O CrossFit é a atividade consolidada entre os brasileiros, ou seja, é a alternativa para o projeto verão e na sequência do ano de 2023. São vários benefícios tanto para saúde quanto para estética, que ainda não eliminaram as dúvidas. Nesse sentido, existe o questionamento: iniciante no CrossFit lida com restrições de exercícios?
Resposta e orientação
“Acredito que não há uma especificidade tão grande relacionada ao exercício, mas de uma forma geral pensar que o mais importante é não adicionar sobrecarga em um movimento que não está sendo bem realizado. Isso do ponto de vista da técnica e da mobilidade articular. O CrossFit tem uma série de exercícios mais complexos em que o aluno só vai realizar quando está preparado”, disse o professor e doutor Átila Alexandre Trapé, da EEFERP-USP (Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo), em entrevista exclusiva para o Sport Life.
Há um preço a ser pago quando se investe na qualidade. Pode soar como clichê, mas não é. Esse doutor da EEFERP-USP cita a importância de um profissional qualificado para que os treinos do CrossFit deem resultados tanto para os principiantes quanto aos “veteranos”.
“É importante destacar também que temos progressões e regressões dos exercícios. Então, principalmente nesse sentido treinar em um lugar, que você tenha professores que possam orientar bem, significa adaptar os movimentos que não consegue realizar naquele momento e realizar regressões. Realizar movimentos mais simples, que apresentam uma similaridade com os movimentos que poderão ser realizados no futuro. O mesmo vale para alunos avançados, que exploram progressões dos exercícios. Então, alguns aspectos que podem ser ajustados para aumentar a dificuldade na realização desse exercício”, orienta Átila.
Outras recomendações
Questionado sobre qual exercício que o principiante deve ter calma e o cuidado antes do início, Trapé adverte que é necessário respeitar o nível de condicionamento físico inicial, ajustar os movimentos tanto a demanda técnica quanto o volume e intensidade e que a progressão seja sutil. O professor da USP também recomenda no início o aprendizado com o movimento básico e o treino em uma turma de iniciantes.
Apaixonou-se “à primeira vista” por esse programa de treinamento e agora não vive sem essa prática? Atente-se apenas para não sofrer os prejuízos do “overtraining”. O Dr. Átila vai transmitir logo na sequência o ritmo de treino semanal e se vale a pena complementar com algum treinamento de esporte de praia, alguns exemplos: beach tennis, futevôlei, futebol e vôlei.
“É importante respeitar o descanso principalmente quando o aluno está com bastante dor muscular. Significa que o músculo está em processo de recuperação e no começo essa dor tardia tende a aparecer mais. Uma sugestão é que o aluno comece praticando em dias intercalados. Com o passar do tempo, conforme o organismo vai se adaptando, ele vai perceber que vai conseguir fazer dois dias sim e um não. É importante observar esse tipo de situação”, diz.
“Quanto a prática de outros esportes de forma paralela (beach tennis, futevôlei, vôlei), principalmente o aluno iniciante precisa observar os dias de descanso. Apesar de serem atividades diferentes, elas têm uma demanda física e é importante esse descanso. Quando pensamos em atividades praticadas na areia, a demanda física é ainda maior. Então, o praticante deve estar bem atento com esses aspectos relacionados ao descanso”, pondera.
Pesquisas
A marca de programa fitness CrossFit Inc divulgou dado em 2018, cujo conteúdo atestou que o Brasil figura como o segundo lugar em que mais há boxes licenciados no total de 819 e só é superado pelos Estados Unidos, nação onde o esporte nasceu e que dispõe de 7.211 unidades.
A Tecnofit confirmou no segundo semestre de 2022, que esse ano representou o aumento de 18,02% em relação a 2019 de pessoas que se exercitam em academias. Esse trabalho incluiu também as perspectivas de melhoras para os boxes de CrossFit, as academias e os estúdios de pilates.
Quem é ele?
Além de docente na EEFERP-USP, Átila Alexandre Trapé mantém a liderança do GEPEFS (Grupo de Estudos em Educação Física e Saúde) dessa instituição de ensino superior pública, pratica crossfit há oito anos e é ex-atleta amador.
