Corrida

Drauzio Varella lança em São Paulo o livro “Correr” em companhia de maratonistas famosos

Saiba tudo sobre o novo livro do médico e escritor Dráuzio Varella

Cerca de 200 pessoas lotaram o Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, ontem à noite, em São Paulo, para ouvir as já tradicionais entrevistas comandadas pelo médico, escritor e maratonista Drauzio Varella. Ontem seus convidados foram escolhidos a dedo para falar de um tema muito caro a ele: a corrida. Estavam lá a paulista Adriana Aparecida da Silva, recordista da maratona nos Jogos Pan-Americanos e medalha de ouro em Guadalajara, em 2011; o paranaense Vanderlei Cordeiro de Lima, ex-maratonista, bicampeão dos Jogos Pan-Americanos e medalha de bronze na Olimpíada de Atenas; e Déborah Aquino, blogueira e corredora amadora que se curou recentemente de um câncer de mama. A curadoria teve relação com o lançamento do livro “Correr”, de Varella (ed. Companhia das Letras, R$ 29,90; R$ 19,90 o e-book), em que o médico explica por que começou a correr, descreve alguns de seus cenários cotidianos de treino e injeta informações médicas e estudos científicos sobre a atividade.

Foto: Divulgação/Companhia das Letras

O evento durou pouco mais de uma hora, mas foi revelador. Com muita simpatia, Vanderlei descreveu sua primeira prova, em que chegou em 24º lugar, ficando por quatro lugares distante das medalhas distribuídas na corrida. Ganhar uma “medalhinha” virou, então, uma obsessão, meta alcançada numa meia maratona que parecia ter “100 (quilômetros)”. O ex-maratonista contou que no começo treinava corrida voltando da lida na roça e que seu primeiro tênis lhe foi dado pelo diretor da escola em que estudava. Adriana, que é objeto de um capítulo do livro “Correr”, também falou de seu começo, em Cruzeiro (SP), quando fez sua primeira corrida com um sapatinho de couro, e relatou o sacrifício dos treinos intervalados (21 tiros de 1 km com 1 min de descanso) na altitude de Paipa, na Colômbia, fundamentais para sua vitória no Pan de Guadalajara, em 2011.

Única amadora da mesa, Déborah disse que fez “19 meias antes de fazer sua primeira maratona”. A estreia, contudo, foi num palco disputado: Berlim, em 2013. Seu objetivo era conseguir ali um tempo que lhe permitisse correr em Boston, em que há uma “nota de corte”, a exigência de um tempo mínimo. Na maratona de Berlim, ela disse não ter “sentido esse muro que todo mundo fala” (o limite supostamente extenuante que se instala por volta dos quilômetros 30 a 35, quando o corpo fica sem glicogênio). “Ao terminar, eu não conseguia parar de chorar, mas uma amiga veio com um copo de cerveja ‘desse’ tamanho.” Ela também falou com muita leveza de como superou o câncer, diagnosticado logo após voltar da Alemanha. Uma de suas primeiras perguntas ao oncologista que a tratou foi “Posso correr?”. Até a quarta sessão de quimioterapia, correu três vezes por semana, até oito quilômetros, na esteira.

Vanderlei relembrou o “acidente” que o levou a ser maratonista: a vitória, em 1994, na Maratona de Reims, na França. Ele havia sido escalado pela organização da prova para ser coelho, mas decidiu prolongar sua corrida, prevista para durar apenas 21 km. “Não vi ninguém e acabei indo até o final. Venci com o tempo de 2h11min06seg e me tornei o primeiro do ranking do Brasil.” E reiterou: “Mas foi acidente, gente.” Mais tarde, disse que o dia da corrida é o mais fácil e que “o difícil é a preparação”.

Varella, que era afinal o grande nome da noite, começou a correr para provar a si mesmo – e para um ex-colega de escola inoportuno que o encontrou um dia no Centro de São Paulo – que a “decadência do homem” não começa aos 50 anos, como disse o abelhudo. Sua estreia em maratonas foi em Nova York, aos 50 anos, e desde então já colocou 20 maratonas no currículo.

Texto por: Paulo Vieira, do blog Jornalistas em Correm, especial para a Sport Life.

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