Suzana Bonumá

Praticar esportes emagrece?

Praticar esportes não é garantia de que você vai perder peso. Saiba por quê

Foto: Shutterstock Images

A dificuldade de perder peso é queixa frequente entre esportistas de todos os gêneros, muitos dos quais mantêm uma alimentação nutritiva, rica em frutas, vegetais, carboidratos complexos e pobre em gorduras. Pode parecer estranho que, ao adotar uma rotina de treinos engajada, um esportista tenha dificuldade em perder peso e, pior, experimente um efeito contrário. Obviamente sabemos que praticar esportes não engorda, mas também não é garantia de perda de peso.

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Se você se enquadra nesse grupo que pedala sem sair do lugar, seguem algumas pistas do que pode estar acontecendo.

O primeiro ponto a considerar é que peso não reflete exclusivamente a gordura corporal. A maior fatia dessa soma vem do peso magro, dentre eles, o muscular. Dependendo do seu ponto de partida e da rotina de treinos, você ganhará massa muscular de forma mais acentuada que a perda de gordura, e isso terá um saldo positivo na balança. Nesse caso, o ganho de massa muscular é um efeito positivo, no entanto, é importante prestar atenção na alimentação para decifrar por que a queima de gordura não se pronunciou.

É aí que alguns aspectos fisiológicos e comportamentais entram em ação. Do ponto de vista fisiológico, é notável o aumento de fome em alguns esportistas conforme a rotina de treino ganha volume ou intensidade. O problema é que essa fome,
muitas vezes, nos induz a comer mais do que o necessário e, ou seja, a consumir mais energia do que foi gasta com o treino. Nesse processo de compensação, o débito calórico promovido pela prática esportiva é recompensado com um “plus” calórico
no menu.

O efeito “recompensa” entra também no aspecto comportamental. Um erro comum é exagerar na alimentação com receio de ficar com a imunidade baixa. Muitos se espelham nos mais experientes, adotando suplementos e estratégias avançadas, ainda muito “robustas” para a sua planilha de treinos.

Outro erro comum é o famoso “já que”: “já que estou treinando, posso comer mais”. Nessa lógica, novamente aquele que passou a gastar mais passa, automaticamente, a comer mais porque sente-se “imune” às calorias e, principalmente, mais merecedor
de um “prêmio”. Praticar esportes é fundamental para se obter saúde, mas não garante por si a redução de gordura corporal. Ela só é atingida quando treino e comida encontram uma fina sintonia, equilibrando as novas demandas nutricionais com o objetivo desejado.

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