Hipertrofia é quando os músculos ganham volume por conta do trabalho de sobrecarga. Esse tipo de proposta exige exercícios físicos intensos e alimentação regrada. Porém, ainda assim surge questionamento sobre o que se deve ou não consumir. Por exemplo: remédio para dor, como a dipirona, interfere na hipertrofia?
A resposta e o acréscimo sobre o impacto da dipirona no exercício físico
“A dipirona não atrapalha em nada a resposta celular em hipertrofia. Alguns trabalhos sugerem que o uso de anti-inflamatórios pode comprometer a hipertrofia principalmente por cortar a resposta inflamatória. Mas também não há fortes evidências de uso crônico e diário. A dipirona não atrapalha a hipertrofia”, respondeu com exclusividade para o Sport Life o médico do esporte e fisiatra Dr. Fabrício Buzatto.
Indagado logo depois sobre o significado da dipirona para quem cumpre a rotina de exercícios físicos, o doutor Fabrício citou que esse analgésico simples, que é usado para o combate da dor, pode aumentar o risco de lesão caso seja ingerido sem nenhum limite.
“A grande questão da dipirona é muitas vezes poder ‘mascarar’ os sintomas de dor, que é sinal de algum risco, como lesão ou outro comprometimento. Então, o uso desmedido do analgésico junto com treinamento pode levar a esse risco. Isso infelizmente é uma prática comum em muitos atletas no uso de anti-inflamatórios principalmente ou analgésico antes de provas e treinamentos para conseguir um rendimento melhor”, destacou o médico.
Afinal, remédio para dor atrapalha a hipertrofia?
“Anti-inflamatórios podem na teoria atrapalhar a hipertrofia, mas isso levando para uma parte prática não se visualiza muito esse fato. A não ser esse uso crônico, diário ou altas doses, que acabam tendo outras repercussões e comprometem a hipertrofia. Esse conceito surgiu porque acredita-se que um dos mecanismos da hipertrofia é a resposta inflamatória. Essa resposta facilita a entrada de novos aminoácidos para formar as fibras musculares. Então, teoricamente o anti-inflamatório impediria isso”, concluiu o Dr. Fabrício Buzatto.
As demais curiosidades da dipirona
Esse remédio foi proibido para o uso comum nos Estados Unidos em 1977. O relatório da FDA (Food and Drug Administration) acusou a dipirona como insegura em novembro desse ano. Além dessa publicação, ainda existe nesse analgésico a suspeita da riqueza de agranulocitose, doença séria, rara, causada por medicações e com a letalidade de aproximadamente 10%.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) fez o “Painel Internacional de Avaliação da Segurança da Dipirona” em julho de 2001 para esclarecer os riscos e, também, criou-se nessa ocasião o consenso da sua eficácia.
Dado
Caminhada, futebol e musculação são os exercícios físicos favoritos dos brasileiros. A turma de pesquisadores da FCM (Faculdade de Ciências Médicas) da Unicamp (Universidade de Campinas) chegou a essa conclusão depois da análise de dados epidemiológicos de 60.202 pessoas com idade acima dos 18 anos.