O World Transplant Games (Mundial de Jogos Transplantados) vai acontecer de 15 a 21 de abril de 2023 em Perth, na Austrália. O foco visa tanto a preparação física quanto a financeira para tentar fazer bonito nesses jogos na Terra dos Cangurus. Nesse sentido, Laura Franco, a “Laurinha”, criança transplantada de apenas 10 anos de idade, criou uma vaquinha online para disputar o Mundial.
Situação da vaquinha e possibilidade de embarque
A meta dessa campanha é arrecadar R$ 30.000,00 e até o momento foi juntado R$ 420,00, ou seja, 1% da meta foi “batida”. O motivo desse crowd funding é que o World Transplant Games é o tipo de competição que não se responsabiliza por nenhuma despesa do competidor.
“Ir ao Mundial da Austrália seria não só para nadar ou correr, mas para celebrar dez anos, que o sim da doação me permitiu sonhar, andar, caminhar, sorrir, amar, viver e ter uma infância e um futuro. Gosto de me exercitar, porque sei que faz bem à saúde e o meu corpo fica feliz”, disse Laura Franco com exclusividade para o Sport Life.
Devido ao fato de a Laura ser pessoa menor de idade, terá que ir acompanhada para Perth ao lado da mãe, Deyse Franco, que também irá participar desse torneio na condição de família doadora. A natação e o atletismo são as modalidades que se propôs a participar. Esta exibição em terra australiana significa o sonho para essa menina niteroiense.
Quer saber como faz para dar a sua contribuição? Acesse o link da vaquinha e colabore com o valor que quiser.
História dessa criança transplantada
Trata-se de uma possível primeira experiência dessa criança transplantada em solo internacional. Laurinha já participou dos jogos nacionais para transplantados nos anos de 2019 e 2022 e conquistou a medalha de ouro. Detalhe que nesses jogos em âmbito nacional foi a única criança que participou.
Laura é nascida em Niterói (RJ), vai completar 11 anos de idade no mês de março e há nove anos efetuou o transplante hepático, processo que consiste em remoção de um fígado por outro. É o tipo de método indicado para os pacientes com doenças crônicas, incuráveis do fígado ou da vesícula biliar.
Laurinha ficou meses internada, submeteu-se a cirurgias, intercorrências e até mesmo a insuficiência hepática. O transplante foi viabilizado antes de completar um ano de vida e veio do seu irmão Hugo Franco. Essa ajuda permitiu com que Laura conhecesse o universo esportivo logo mais adiante.
A menina teve o seu primeiro contato com o esporte por meio da caminhada e, também, do circuito kids já aos 5 anos. A mãe de Laura, Deyse Franco, usou o esporte como ferramenta para deixar a filha ativa e reforça o quão é importante a luta diária para que sua primogênita alcance o seu devido lugar.
“Ela precisa se sentir empoderada. Não é que a vida dela seja diferente, mas que ela todo dia precisa procurar o seu espaço. Todos nós temos o espaço. Essa é a mensagem que nós precisamos. O transplantado pode estar no lugar que ele quiser. Basta querer”, fala Dayse no contato com a reportagem do Sport Life.
Organização
Já existe o trabalho da Liga Nacional de Atletas Transplantados desde o ano 2022, cuja liderança é do educador físico Ramon Lima, de 41 anos. Ramon se reuniu com os demais atletas e fundou essa entidade para passar a mensagem de que é possível o transplantado se exercitar.
Dado
O Ministério da Saúde divulgou que de janeiro a novembro de 2021 foram realizados mais de 12 mil transplantes de órgãos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e, além disso, em 2020 aconteceram 13 mil procedimentos do tipo. Dessa forma, os números colocaram o Brasil como o segundo maior transplantador do mundo e atrás somente dos Estados Unidos.
