Muitos desconhecem, mas sentiram os efeitos da dopamina no corpo e assim aumenta a curiosidade de quem preza por uma vida física ativa. Nesse sentido, a médica endocrinologista do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Itu (SP) – CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim) Dra. Verônica El Afiouni vai explicar a relação da dopamina com o exercício físico.
Entenda a relação da dopamina com o exercício físico
“Neurotransmissores são substâncias químicas produzidas no sistema nervoso central, que funcionam como sinalizadores ou mediadores de efeitos em órgãos alvo, com a finalidade de produzir efeitos específicos. A dopamina tem ação particularmente importante sobre o sistema muscular, promovendo o desempenho das atividades ligadas ao movimento e exercício. Além disso, influencia o humor, a atenção e facilita a resolução de tarefas, que ao serem concluídas proporcionam a sensação de prazer”, disse a médica em entrevista exclusiva para o Sport Life.
É o tipo de colocação que apenas reforça o quão a dopamina é “conectada” à prática regular de exercícios. E, também, Verônica destacou na sequência qual é a função do exercício físico na dopamina.
“O exercício por sua vez também exerce papel na liberação da própria dopamina, faz com que ela ocorra com mais eficiência e intensidade. Por isso, podemos considerar exercício e dopamina como dupla “inseparável” e altamente eficaz para a saúde ligada à atividade física”, detalhou El Afiouni.
É de se ressaltar que há muitos estudos em curso sobre o esporte como liberador de dopamina. Paralelamente, no momento é impossível definir quais são os esportes que soltam mais esse neurotransmissor.
“Inicialmente, entendia-se que a produção de dopamina estava mais associada à prática de atividades cardiorrespiratórias de moderada a grande intensidade, como a corrida ou ciclismo. No entanto, hoje sabemos que mais do que com o tipo da atividade física e sua intensidade, a liberação de dopamina está relacionada a regularidade e frequência da prática”, destacou a endocrinologista.
Quais são as outras formas de aumentar a dopamina?
A dopamina ainda se encontra em meios naturais, ou seja, alimentos como cúrcuma e feijão-da-flórida, bactérias em probióticos, por meio das proteínas, mas há outras ponderações.
“A ingestão de proteínas é uma fonte de obtenção de tirosina, um importante aminoácido que compõe a dopamina. No entanto, não há comprovação científica da capacidade de alimentos elevarem a quantidade corporal de dopamina de forma significativa”, discorreu a médica.
Outro acréscimo da Dra. Verônica é que as atividades de yoga, ouvir música e um sono de qualidade são candidatas a possíveis incrementadores de dopamina no organismo.
O que acontece quando ocorre o excesso de dopamina?
“Apesar de seus inúmeros benefícios, a regra do ‘quanto mais melhor’ não vale para a dopamina. O excesso de dopamina parece estar implicado na fisiopatologia de alguns distúrbios psiquiátricos, por exemplo: a esquizofrenia. Um super investimento no sistema de recompensa e reforço mediado pela dopamina pode explicar comportamentos humanos ligados ao vício e às compulsões”, terminou a Dra. Verônica El Afiouni.
Dado
O volume 4 da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano de 2020 e anunciou que no ano anterior 30% da população se considerava fisicamente ativo. Dado que denota aumento, isto é, em 2013 a média foi de 22,7%.