O cicloturismo consiste simplesmente em utilizar a bicicleta para fazer viagens. É uma ótima opção de aventura para quem adora andar de bicicleta e de conhecer novos lugares. No entanto, é preciso tomar vários cuidados antes de sair pela estrada com a magrela. Confira as principais dicas!
A bicicleta ideal
Para fazer o cicloturismo, é preciso ter uma bicicleta de viagem, que tem algumas diferenças das convencionais. O modelo mais recomendado é a mountain bike, pois tem um desempenho melhor em vários tipos de terreno. Além disso, as melhores vias no Brasil para cicloturismo são estradas de terra, então o modelo é o melhor para ser usado no país.
Ainda assim, é necessário fazer adaptações na magrela. Fábio Eduardo Silva é diretor do Clube do Cicloturismo do Brasil, que reúne adeptos da prática em todo o país, e comenta: “Quando viajamos de bicicleta, devemos privilegiar o conforto, já que o objetivo não é apenas chegar a um determinado ponto, mas estar bem-disposto para continuar pedalando no dia seguinte”. A bicicleta tem que ser ajustada conforme o tamanho da pessoa, da forma mais confortável possível.
É importante também prestar atenção às peças da bicicleta. Não significa necessariamente que elas devam ser de topo de linha. Porém é preciso ter atenção com o número de marchas para ter as melhores condições de pedalar com a bicicleta carregada, principalmente passando por subidas e terrenos irregulares. Em caso de dúvidas, é sempre bom consultar um especialista.
Veja também: Como pedalar de forma correta
Os equipamentos necessários
Para viagens de bicicleta, é preciso ter uma lista de acessórios e equipamentos. Alguns são obrigatórios pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), enquanto outros servem para auxiliar o ciclista. Veja alguns:
Alforjes: São bolsas laterais específicas para bicicletas com bagageiro traseiro ou dianteiro, usadas para guardar a maior parte da bagagem. Aconselha-se sempre o uso de dois – um de cada lado -, distribuindo o peso e facilitando o equilíbrio.
Bagageiro: Também conhecido como “garupa”, é um suporte metálico que permite acoplar a bagagem na bike. Geralmente é fixado na traseira, mas possui versão dianteira para viagens que requerem material de camping. Quando há muita carga, é importante distribuir o peso entre as partes traseira e dianteira, para que a bicicleta fique mais estável. Mochilas de viagens não são recomendadas.
Bolsa de guidão: Presa ao próprio guidão, é útil para acomodar itens que você precisa ter sempre ao alcance das mãos, como máquina fotográfica, carteira e protetor solar. É muito prática, pois pode ser levada com você quando houver a necessidade de estacionar.
Espelho retrovisor: é um dos itens obrigatórios pelo CTB. É muito importante, pois permite que o ciclista tenha uma visão do que está atrás de si, sem precisar virar o corpo.
Luzes de sinalização e refletivos: As luzes, alimentadas por pilhas ou baterias, devem estar na traseira e na dianteira da bike. Os refletivos vão em outras áreas, inclusive nos pedais – os chamados “olhos de gato”. Ao adquirir alforjes, certifique-se de que eles tenham refletivos. As luzes e os refletivos são obrigatórios pelo CTB.
Campainha: Também um item obrigatório pelo CTB. Avisa aos pedestres e veículos de sua presença ou aproximação, se necessário, como em caso de trânsito lento.
Para-lamas: Protegem as rodas traseira e dianteira e evitam que areia e barro atinjam a corrente. É importante que sejam um pouco mais largos que os pneus. São fundamentais principalmente em dias chuvosos ou em terrenos muito acidentados, cheios de pedras.
Descanso: Também conhecido como “pezinho”, serve de apoio para a bike quando é preciso estacionar. Pode ser fixado na traseira ou no centro da bicicleta.
Caramanholas ou garrafinhas: Fixadas através de suportes no quadro da bicicleta (você pode levar mais de uma), elas guardam a sempre boa e útil água, essencial na hidratação.
Manoplas e chifres: As manoplas, feitas de material emborrachado, cobrem a extremidade do guidão e servem de apoio às mãos. Os chifres ou bar-ends são aqueles apoios na ponta do guidão que permitem ao ciclista mudar a posição das mãos sempre que sentir necessidade.
Escolhendo a bagagem
Para cada tipo de viagem, a bagagem será variada de acordo com a programação. “Em viagens mais longas, por exemplo, às vezes é preciso levar equipamento para camping, e isso, evidentemente, pesa mais”, comenta Paulo de Tarso Martins, um dos criadores do grupo Sampa Bikers. Além da duração da viagem, é preciso considerar o perfil do viajante. Alguns gostam de menos bagagens e mais liberdade, enquanto outros são mais precavidos.
Para viagens com hospedagem, o peso recomendado de bagagem é entre 5kg e 10kg. No caso de viagens autônomas em que é preciso acampar, são requeridos mais equipamentos e o peso da bagagem aumenta. Nessa situação, recomenda-se entre 20kg e 35kg, sem contar água e comida. Tome cuidado com o bagageiro: certifique-se no manual se o equipamento aguenta tudo o que você precisa levar.