Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu a Turquia e Síria na madrugada de segunda-feira (6). Até o momento, o vice-presidente da Turquia, Fuat Okay, confirmou 3.419 mortos, e na nação síria há 1.602 mortes, de acordo com a agência de notícias estatal SANA. Quem vive em meio a este episódio é a jogadora de vôlei Ana Beatriz, de 31 anos, do Kuzeyboru, da Turquia, que expôs tensão.
Ana Beatriz expõe o medo em solo turco
“Aconteceu o terceiro terremoto e nessa hora deu muito medo. Os apartamentos já estavam rachando, saímos de casa e a partir desse momento o clube optou por não voltamos mais para os nossos apartamentos. Estávamos na cidade de Aksaray e agora estamos em Ancara (Capital da Turquia), que é muito mais segura do que a nossa”, disse Ana com exclusividade para o Sport Life.
Além disso, Bia ainda comentou que no primeiro terremoto estava em sua casa e viu que houve troca de mensagens com as demais colegas de time com justificativas de que tudo estava bem. Porém, cinco minutos mais tarde aconteceu outro abalo e, imediatamente, a sua equipe pediu para que todas as integrantes saíssem da sua casa às 04h30 da madrugada.
A jogadora citou que deu tempo de pegar roupas, porque havia muita neve e até conseguiu malhar pela manhã. No entanto, quando voltou para a sua residência na hora do almoço viu algumas fotos de suas colegas com rachaduras na parede em seus lares, tempo bastante para o surgimento desse terceiro tremor.
“É uma situação que nunca imaginei passar na minha vida. Foi a primeira vez que aconteceu comigo. Espero nunca mais passar. É uma situação muito difícil e principalmente porque muitas pessoas morreram. Posso dizer que é bem horrível”, comentou.
“Única coisa que tenho a dizer é que rezem pelas pessoas que ficaram. Uma coisa é acompanhar a situação de longe pela televisão e a outra é sentir a energia do lugar. É muito triste, mesmo. Espero que tudo se resolve”, falou Bia.
Posicionamentos da equipe e federação
Kuzeyboru arca com todas as despesas das jogadoras e demais funcionários em um hotel de Ancara. Sendo assim, até o momento, o departamento de comunicação do clube soltou nota oficial de solidariedade por meio do seu Instagram.
“Desejamos a misericórdia de Deus aos nossos cidadãos que perderam a vida no terremoto que foi sentido em muitas províncias, cujo epicentro é o distrito de Pazarcık em Kahramanmaraş, e nossos votos de melhoras em breve aos nossos cidadãos feridos. Adeus Turquia”.
A TVF (Federação Turca de Voleibol) suspendeu as próximas rodadas por tempo indeterminado em virtude a este episódio recente. “Devido ao terremoto que afetou Kahramanmaraş, Hatay, Kilis, Gaziantep, Adana, Osmaniye, Diyarbakır, Malatya, Adıyaman e Şanlıurfa e muitas outras províncias, todas as partidas de vôlei da liga e infraestrutura foram adiadas até novo aviso”.
“Aksaray não era o ponto principal do terremoto, mas era muito próximo e sentimos muito. Está todo mundo muito nervoso. Ninguém consegue falar disso e ainda está acontecendo. Temos a previsão de ficar uma semana fora das nossas casas por segurança, mesmo. Ninguém volta para casa normal depois dessas perdas que são irreparáveis”, comentou Beatriz.
Carreira
Ana Beatriz começou a carreira no Finasa-SP, depois representou o Praia Clube-MG, Sollys Nestlé-SP, SESI-SP, SESC-RJ, Savino Del Bene Scandicci, da Itália, e a Seleção Brasileira. Inclusive, fez parte do Brasil na campanha da medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio 2020 e reiterou que está à disposição do técnico do Brasil feminino, José Roberto Guimarães.
“É uma decisão do Zé Roberto e estou sempre à disposição dele. Falo para todo mundo que é o meu técnico preferido e acho um cara fantástico. Não tenho palavras para descrever o quão ele é bom. Se ele quiser que eu esteja lá, vou estar com coração 100% para alcançar os objetivos”, finalizou.
