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Dia da Mulher: Bia, do vôlei, resgata felicidade no Beach Tennis

A jogadora está em período sabático ao lado de familiares e amigos na sua cidade natal, Sorocaba (SP)

Bia
Bia em partida de Beach Tennis. Crédito da imagem: Arquivo pessoal

08 de março é o Dia Internacional da Mulher, data que serve para enfatizar que as mulheres são sinônimos de amor, coragem e força. Nesse sentido, há o exemplo da jogadora de vôlei Ana Beatriz, a Bia, de 31 anos, que simplesmente superou o momento de tensão em meio ao terremoto na Turquia em 6 fevereiro de 2023 e resgatou a felicidade no Beach Tennis após a sua volta ao Brasil.

O feat de Bia com Beach Tennis

“Logo que começou (Beach Tennis no Brasil) há muito tempo já brincava no de fim de semana quando haviam folgas ou viagens. A primeira que tive férias longas foi no ano passado e comecei a treinar. Vi que é o esporte apaixonante. Estas férias não estão sendo diferente e toda oportunidade que tenho estou jogando”, disse Ana Beatriz em entrevista exclusiva para o Sport Life.

Beach Tennis é a atual sensação do Brasil e ajudou a Ana Beatriz a unir competitividade com alegria enquanto não volta para as quadras de vôlei. Não é apenas esse “boom” da modalidade que atraiu Ana, ou seja, está presente em sua vida desde o seu começo em solo tupiniquim com brincadeiras nas férias.

“Beach Tennis qualquer pessoa pode jogar, o ambiente é muito legal e pode estar com os amigos. Aqui no Brasil é muito calor, é o esporte de verão, que eu amo. Gosto muito do jogo também. Você tem que ter bastante tática. Eu estou procurando evoluir para chegar ao campeonato e não fazer feio”, completou Bia.

Além de toda essa descontração citada por Ana nessa modalidade, Beach Tennis é o “combustível” para o upgrade na saúde, exemplos: fortalecimento muscular, melhoria do condicionamento físico, da coordenação motora, trabalho de agilidade e obtenção de resistência aeróbica.

O medo na Turquia

Bia não renovou o contrato com Savino Del Bene Scandicci, da Itália, após a temporada 2022/23 e firmou vínculo com Kuzeyboru, da Turquia, para época 2022/23. O início da atleta com time turco foi de acordo com as expectativas até que o terremoto, que atingiu essa nação, pôs o fim nessa relação.

Imagina você dentro do apartamento na comemoração do seu aniversário com duas colegas de profissão e de repente acontece esse abalo. Ana Beatriz vivenciou esse episódio em 6 de fevereiro deste ano. “Foram dias de bastante nervoso”, recordou Bia.

O que há até agora depois de um mês desse fato na Turquia e Síria são os dados de que houve somente na nação turca pelo menos 50 mil mortos, 214 mil prédios em condições precárias e que essa catástrofe atingiu 11 províncias. Analistas apontam que neste momento é impossível concluir o “balanço” completo dos danos na Turquia e Síria.

Beatriz ficou comovida com a condição crítica do povo turco e promoveu nas redes sociais a campanha de arrecadação de alimentos, remédios e roupas. O consultor de mídias sociais Efekan Pürçekli foi outro que a ajudou com as entregas dessas encomendas em vários domicílios.

“Consegui formar um ‘time’, que foi o melhor que já joguei. Pessoas que me ajudaram compartilhando, doando, mandando energias positivas e preocupadas comigo. Todo mundo sentiu parte disso e foi bem legal. Pessoas que me estão me seguindo, que eu nem conheço, me dando parabéns pela atitude”, disse.

Saída do Kuzeyboru

Kuzeyboru está situado em Aksaray e logo quando eclodiu essa tragédia arcou com as despesas das jogadoras e dos demais funcionários em um hotel de Ancara, capital da Turquia. Passados alguns dias, a diretoria da equipe sugeriu para Ana Beatriz ir embora ou continuar a viver nesse apartamento que havia rachado no terremoto. Ana não quis morar de novo nesse lugar e voltou ao Brasil.

“Foi uma situação muito difícil. Eles não entenderam o que eu havia passado. Eu expliquei para eles que não há isso no meu país. Senti muito medo quando aconteceu isso no apartamento, fiquei meio traumatizada de estar ali dentro e pedi para eles trocarem de apartamento. Eu não conseguia e quando fui buscar as minhas coisas tive crise de ansiedade. Não havia como ficar lá”, afirmou.

“Eles (Dirigentes do Kuzeyboru) poderiam ter entendido o meu lado, mas faz parte. Eles têm o direito também de não entenderem, assim como eu tenho o direito de achar que é uma injustiça com a forma que eles lidaram com a situação que eu passei. Acabou. Eu tenho certeza que eu fiz o meu melhor por eles e quando nada aconteceu fizeram por mim”, completou.

O calendário do voleibol turco retomou as atividades em 4 de março na liga feminina e no dia 8 deste mês na masculina. Sendo assim, o Kuzeyboru está na parte intermediária da tabela da Liga Feminina Sultanlar e ainda sonha com vaga no “mata-mata”.

Futuro

Bia ainda carrega no seu currículo as experiências no Finasa-SP, Praia Clube-MG, Sollys Nestlé-SP, SESI-SP, SESC-RJ e Seleção Brasileira, ciclo em que permitiu ser integrante da campanha da medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio 2020. A profissional não prioriza nenhum local de atuação, ou seja, crê que existe tempo suficiente para definir novo rumo de carreira.

“Agora no momento só estou pensando em me recuperar de todo susto que eu passei, de curtir a minha família e amigos. Daqui a pouco já volto a pensar no vôlei. Não descarto (outro país) e amo jogar no Brasil. Todas as possibilidades estão abertas”, garantiu.

Afinidade com a bola nos pés

Além disso, Ana Beatriz é uma central que mostra no seu dia a dia que sabe também controlar a bola com os pés. Afinal, essa habilidade se desenvolveu quando jogou futebol na época de criança e adolescente. Bia justificou que optou pelo vôlei em vez do futebol porque o cenário do futebol feminino de 20 anos era o oposto do atual.

“Futebol é o esporte que sou mais apaixonada. Quando eu era nova competia em clubes e torneios de Sorocaba. Só que agora o futebol feminino está crescendo. Naquela época, não era uma profissão que havia investimento. Quando eu comecei no vôlei e dei certo optei por causa disso, mesmo”, finalizou.

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