10 de fevereiro é o Dia do Atleta Profissional. Esse é o tipo de profissão que permite o competidor a viver vários tipos de culturas, hábitos, costumes e línguas. Quem enquadra-se nessa situação é o ex-jogador de basquete Dexter Shouse, apontado por muitos torcedores e especialistas de basquete como melhor estadunidense que jogou no Brasil.
O agradecimento e memória
“Eu só agradeço os fãs, as crianças desse tempo, a cidade de Franca (SP) e o Brasil por todo carinho. Bons tempos como vencedores do Paulista, Nacional, Copa América e Sul-Americano. Nós conseguimos 59 vitórias consecutivas. A temporada 1992-93 nunca será alcançada”, disse Dexter em contato com a reportagem do Sport Life.
Isso mesmo! Shouse chegou ao Brasil para o ciclo 1992-93 quando a equipe francana era patrocinada pela marca de tênis All Star e Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e depois de curto período na NBA com a equipe do Philadelphia 76ers na temporada 1989-90.
O atleta literalmente fazia a equipe adversária respeitar e ao mesmo tempo dava esperança para os adeptos de Franca independente da situação do jogo. A partida poderia estar desfavorável, mas a torcida mantinha como “carta na manga” o poder decisivo de Shouse, que ganhou o apelido de “show”.
Dexter jogou ao lado de Demétrius, atual técnico do Paulistano, Rogério, Maury, Janjão, formou dupla com o seu conterrâneo Sheldon Owens e entre outros. O armador era conhecido pela sua eficiência, agilidade, precisão nos arremessos e deu “dor de cabeça” para os extintos times Dharma Yara Clube-SP, Sírio-SP, Report/Suzano (SP), Banespa/Jales (SP) e Blue Life/Rio Claro (SP).
As palavras do amigo e fã de Dexter
O ex-ala Chuí também está na galeria dos ídolos francanos com as suas marcas de 15.465 pontos e 1.016 jogos disputados e relembrou com carinho de quando viveu esse tempo vitorioso com Show.
“Foi uma experiência muito boa. O Dexter foi jogador de nível de NBA. Jogador rápido, inteligente, sentia o jogo e com uma vontade grande de desafios. Os nossos treinos eram bem acirrados, comprometidos, muito empenho e dedicação. Ele não aceitava perder”, recordou Chuí em diálogo com Sport Life.
“Eu lembro de um jogo contra o Ipê de Jales, cesta de três do Dexter no último segundo e vitória do All Star/Sabesp. Foi marcante demais! O melhor time de Franca que vi com Dexter e Sheldon”, admitiu o empresário e torcedor do SESI/Franca Basquete Daniel Martins.
Homenagem e reconhecimento
Os 30 anos desse período não “esfriou” essa relação de afeto de Shouse com a cidade francana, ou seja, o atleta será homenageado pelo SESI no intervalo do jogo da equipe contra o Corinthians, nesta quinta-feira (9), às 20h30 (horário de Brasília), no Ginásio Pedrocão, pela 24ª rodada do NBB (Novo Basquete Brasil).
“Eu lembro que nesse tempo (1992-93) os ingressos dos jogos esgotavam rápido. Hoje eu tenho contato com Helinho (Técnico do SESI/Franca Basquete), Chuí, Guilherme Barros e com Helio Rubens Garcia, que é como se fosse um pai para mim”, afirmou Show.
Visão da experiência
Hélio Rubens Garcia dedicou 47 anos da sua vida em prol do basquete de Franca, com 25 anos de atleta e outros 22 como técnico e nunca escondeu que teve como inspiração o falecido e ex-técnico de Franca Pedro Morilla Fuentes, o Pedroca. O multicampeão de Franca, do Vasco e da Unitri-MG trabalhou com vários perfis de atletas e se rendeu ao talento de Dexter.
“Este jogador da foto, apesar de seu enorme talento, ficou marcado pelo temperamento difícil. O Dexter Shouse foi o jogador mais completo com quem já trabalhei. Ele tinha uma condição atlética privilegiada, marcava demais, assistia seus companheiros e também pontuava muito”, publicou Garcia em sua conta oficial no Instagram.
História
Dexter Shouse nasceu em 24 de março de 1963 na cidade de Terre Haute, Indiana, nos Estados Unidos. Jogou beisebol até os 14 anos, depois concluiu o ensino médio em Terre Haute North Vigo High School e formou-se na University of South Alabama quando surgiu como jogador de basquete.
O então jogador foi selecionado no quarto round como 92° escolha no draft de 1985 da NBA pelos Los Angeles Lakers. Passou ainda pelo Atlanta Hawks, mas não recebeu chances. Além disso, também atuou na Filipinas e na Europa.