A água corresponde a 70% da nossa composição corporal, e é imprescindível para as mais diferentes funções do organismo. Porém, a quantidade e a frequência de consumo indicadas para manter uma boa hidratação ainda são contraditórias entre alguns especialistas.
Para esclarecer essa dúvida de uma vez por todas, a médica nutróloga do Hospital Albert Einstein e co-fundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, explica: “Em média, nosso corpo produz diariamente 7 litros de líquidos, englobando saliva, suco gástrico, entre outros, enquanto que no intestino absorvemos cerca de 9 litros de água, gerando um déficit de 2 litros. Por isso, recomendamos, no mínimo, estes dois litros como ideal para o consumo diário, não devendo ser ingerida toda de uma vez”.
Porque uma boa hidratação é tão importante
Consumir as doses indicadas de água é fundamental. Isso porque, além de lubrificar estruturas de todo nosso organismo, a água também é uma forte auxiliadora no controle de peso, já que melhora a absorção dos nutrientes e digestão dos alimentos.
“Precisamos de água desde os vasos sanguíneos e trato gastrointestinal até a lubrificação dos nossos olhos e articulações. Não consumir água ou ingerir apenas em pouca quantidade prejudica todas essas mesmas funções que precisam do líquido, gerando um sinal de alerta que na maioria das vezes é caracterizado por prisões de ventre”, explica Andrea.
Quem deseja emagrecer geralmente foca apenas no controle dos alimentos e nos exercícios para queimar calorias. Mas, dessa maneira, é praticamente impossível emagrecer com saúde – mesmo nas estações mais frias do ano.
Ao manter uma boa hidratação, além de evitar problemas de saúde, também é possível acelerar o processo de queima de gordura, melhorando o bom funcionamento do organismo e, consequentemente, o metabolismo.
“O ponto de partida para se preparar para o verão é aumentar a ingestão hídrica para se manter adequadamente hidratado. É indicado, também, dar preferência pela ingestão de alimentos mais leves e saudáveis, melhorando, assim, a energia e o bem-estar”, explica a nutricionista Juliana Adrien Neves Pastori.
Casos que merecem atenção
Mesmo se tratando de um líquido sem contra indicações, a especialista destaca o cuidado com a hidratação de idosos, cardíacos e pessoas com problemas renais. “Os idosos precisam de atenção redobrada, pois possuem uma tendência maior à desidratação perdendo também o alerta causado pela sensação de sede. Além disso, pessoas com problemas cardíacos e renais possuem muitas vezes uma restrição da ingestão de água, que deve ser orientada por quem lhe acompanha profissionalmente”, justifica.
A médica alerta também para a falta de tratamento de água em muitas regiões do Brasil, o que coloca a população em insegurança trazendo diversos riscos à saúde. Um levantamento divulgado no ano passado pelo Instituto Trata Brasil revelou que cerca de 35 milhões de pessoas não possuem acesso à água potável no país.
Diante de algumas deficiências e fatores que comprometem o tratamento da água própria para consumo, investir em um purificador de água passou a ser uma necessidade na casa de muitas pessoas. “A água não tratada pode ser a principal causa de infecções e intoxicações, o que torna ainda mais necessário o uso e ingestão do líquido devidamente purificado”, conclui a nutróloga.