26 de abril marca o dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão. Por isso, convidamos o cardiologista Doutor Roberto Yano para nos explicar o que é essa doença. Além disso, o especialista nos mostra como podemos saber que estamos neste quadro e o que fazer para evitar maiores problemas nesse caso.
“São considerados hipertensos pacientes com medidas ≥ a 140 mmHg da pressão arterial sistólica (PAS) e/ou 90 mmHg da pressão arterial diastólica (PAD), e que ocorra pelo menos 2 medidas em dias diferentes. É importante saber também o valor para os pré-hipertensos, que são valores de PAS ≥ 130 mmHg e/ou PAD ≥ 85 mmHg, pois sabemos que já nesse estágio ocorre um risco maior de se desenvolver doenças cardiovasculares como infarto ou derrame cerebral”, conta.
3 formas de identificar a hipertensão
1) Assintomático: a grande maiores dos pacientes descobrem que são hipertensos em consulta médica. Dificilmente a hipertensão dará algum tipo de sintoma clínico. Pois é uma doença silenciosa. Logo, quando os sintomas aparecem é porque já pode ter ocorrido lesão de órgão-alvo e a situação já está grave.
2) A náusea, o vômito e a dor de cabeça: podem ocorrer em casos de pressão arterial mal controlada.
3) Visão turva, alucinações visuais, confusão mental, coma, crises convulsivas generalizadas: ocorrem em casos extremos e decorrentes de edema cerebral secundário a hipertensão arterial grave. Podem ocorrer quando PAS ≥ 180 e/ou PAD ≥ 120 mmHg. São sintomas raros, no entanto quando ocorrem costumam ser graves. Por isso, requerem a internação imediata do paciente, sendo muitas vezes necessário o tratamento em unidade de terapia intensiva.
Como reverter o quadro?
O médico nos apresentou 5 maneiras para driblar a hipertensão.
1) Exercitar-se: é importante realizar exercício físico, pelo menos 150 minutos por semana;
2) Manter-se no peso adequado: sabemos que a pressão alta está diretamente associada ao peso. Pacientes acima do peso tendem a ter a pressão arterial mais elevada. Então, o ideal é manter o IMC menor a 25 mg/m²;
3) Ter uma dieta balanceada: a dieta DASH foi a dieta que se mostrou mais eficaz no controle da hipertensão. Deve-se aumentar o consumo das frutas, das hortaliças, dos laticínios com baixo teor de gordura e os cereais integrais. Além disso, o consumo moderado das oleaginosas e redução no consumo das gorduras, dos doces e das bebidas com açúcar e carnes vermelhas também é importante;
4) Não fumar: o cigarro além de elevar a pressão arterial, pode acelerar o processo da aterosclerose e levar o paciente ao infarto e ao derrame cerebral precocemente. Além disso, é causa de muitas outras doenças como o câncer e doenças pulmonares;
5) Redução do sódio: deve ser restrito ao uso de 2g por dia, o que equivale a 5g de sal por dia;
Por fim, algumas pessoas que sofrem com a hipertensão vão precisar de medicações, mesmo mudando o seu estilo de vida. “São pacientes que mantém os níveis elevados de pressão arterial mesmo após a adoção das demais medidas. Há também casos em que o médico já deve iniciar precocemente o uso de anti-hipertensivos a depender do risco cardiovascular do paciente”, conclui Roberto Yano.