O carioca Fábio Gurgel começou a lutar caratê com 13 anos, mas achou repetitivo. Quando conheceu o jiu-jítsu, percebeu mais lógica na luta, e em apenas seis anos chegou à faixa preta. “Aos 15 anos, já sabia o que queria. Almejava ser professor de jiu-jítsu e, portanto, fui bastante disciplinado”, diz ele.
Toda a filosofia da luta o deixou maravilhado e entusiasmado para passar os ensinamentos a outras pessoas. “Alguém mais fraco tem capacidade de vencer um mais forte tranquilamente. Tudo por meio da técnica e das alavancas, ao contrário da força”, observa.
Jiu-Jítsu: conheça a lógica da luta e seus fundamentos
Força, aliás, até atrapalha. Os fortões por vezes passam a confiar demais nessa característica e acabam não desenvolvendo outros aspectos importantes que são decisivos no combate. “É importante ver o jiu-jítsu como um jogo de xadrez. Você se move de acordo com o movimento realizado pelo adversário”, pondera.
Para ele, essa atitude é decisiva. “É importante repetir o movimento para desenvolver a técnica, porém, não adianta repetir o treino mil vezes se você não enxergar o outro. O lutador vai ficar exausto de tanto segurar o adversário. Esse processo demanda muita energia”, acrescenta Gurgel.
O atleta que desenvolve essa sagacidade também aprende a acalmar a mente e a disfarçar o nervosismo e o cansaço. Gurgel é fundador da reconhecida Academia Alliance, que já formou 25 campeões mundiais e tem mais de 70 filiais no país. Foi três vezes campeão brasileiro, três vezes campeão mundial , duas vezes europeu, uma vez pan-americano e pentacampeão mundial por equipes.
Você sabia?
O Jiu-Jítsu tem como origem quase todas as artes marciais antigas; o que se sabe é que seu principal ambiente de desenvolvimento e refino foi nas escolas de samurais, a casta guerreira do Japão. Contudo, muitos levantam a hipótese de ter proveniência sínica, além de receber também influências indianas. A luta utiliza tanto técnicas de golpes de alavancas, torções e pressões para derrubar e dominar um oponente.
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