Não é de hoje que tendências e fórmulas revolucionárias de nutrição se espalham e, rapidamente, tomam conta da internet. Afinal, praticamente todas as pessoas desejam melhorar a alimentação, mas poucas fazem o que realmente é necessário para isso: mudar hábitos. Dessa forma, apostar em estratégias fáceis e que prometem ganhos significativos se torna mais confortável. E, entre essas promessas, está a de que comer uma maçã em jejum, todos os dias, vai salvar a dieta.
Muitos acreditam que, dessa maneira, vão conseguir extrair melhor os benefícios da fruta, desintoxicando o organismo e até mesmo favorecendo o emagrecimento. No entanto, comer maçã em jejum não é algo tão relevante assim.
Maçã em jejum não faz milagre
“A maça é um ótimo alimento por conter uma quantidade boa de fibra, vitaminas e minerais. Porém, o papel de desintoxicar nosso corpo não é responsabilidade da maçã (e nem de nenhum alimento). Nosso fígado faz isso por nós”, revela a nutricionista Danielle Bayma, membro da Associação Brasileira de Nutrição Funcional (IBNF).
Ou seja, o que vai evitar a intoxicação do organismo é o bom funcionamento do fígado. E, para que isso aconteça, é necessário manter bons hábitos alimentares durante todo o dia. Uma simples maçã ao acordar não será capaz por promover essa limpeza do corpo.
“Existe uma frase que ficou famosa na década de 1920: uma maçã por dia mantém o médico à distância. O que é verdade, porém, o consumo de outras frutas e vegetais também promoverão inúmeros benefícios. Ou seja, bons hábitos alimentares nos previnem de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade”, reforça a especialista.
Cuidado com carboidratos na primeira refeição
Além disso, não podemos esquecer que frutas, em geral, são fontes de carboidratos e esse não é o macronutriente mais indicado para o dejejum. O que enfraquece ainda mais a tese de que, comer uma maçã em jejum todos os dias é o segredo do bem-estar.
“O ideal é que bebamos água ao acordar para reidratar nosso organismo, apostar em uma estratégia anti-inflamatória e antioxidante (como o consumo de própolis, por exemplo) e depois apostar em fontes de proteínas e gorduras boas. Devemos despertar nosso organismo aos poucos, e a última a ser estimulada deve ser nossa insulina. Dessa forma garantimos, inclusive, um maior controle da nossa saciedade durante o dia”, finaliza Danielle.
Assim, podemos concluir que, comer maçã em jejum não é relevante, tampouco funcional. Mas, a fruta é sim uma ótima opção para qualquer outro momento do dia. Afinal, o mais importante é que a alimentação inteira esteja bem calculada e jogando a favor dos seus objetivos e condições.
Fonte: Danielle Bayma, nutricionista da Clínica Victor Bechara (RJ), pós-graduada em nutrição materno infantil, health coach pela Integrative Nutrition de Nova Iorque e membro da Associação Brasileira de Nutrição Funcional (IBNF).