Um estudo do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada & Nutrição, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), mostrou uma forte relação, a partir da revisão de 50 estudos, o artigo fala sobre o impacto da pandemia de Covid-19 sobre a inatividade física e, consequentemente, o aumento global de casos e de mortes por doenças cardiovasculares.
O isolamento social resultou em menos prática de exercícios físicos e mais sedentarismo, o que prejudica a saúde cardiovascular. Alguns estudos analisados apontam que mesmo a inatividade de curto prazo (até um mês) pode aumentar o fator de risco para essas doenças.
Outra pesquisa mostrou que a falta de atividade física é responsável por cerca de 9% da mortalidade anual, resultando em cerca de 5 milhões de mortes por ano no mundo. Com base nos artigos revisados, os pesquisadores fizeram uma projeção em março de 2020 considerando um aumento de 50% de inatividade física na pandemia. “O resultado a longo prazo seria um aumento de mortalidade por doenças cardiovasculares na ordem de 200 mil. Também haveria um excesso de mortalidade de mais de 2 milhões na população geral”, afirma Bruno Gualano, coordenador da pesquisa e pesquisador associado do Centro de Pesquisa em Alimentos.
De acordo com o professor, a recomendação mínima é praticar de 150 a 300 minutos por semana de atividade física moderada a rigorosa. “É importante destacar que mesmo que o indivíduo não consiga atingir a frequência ideal, qualquer atividade física é melhor do que nenhuma”.
O exercício físico feito em casa é uma boa estratégia para minimizar esses problemas e trazer benefícios à saúde dos pacientes com doenças cardiovasculares. Segundo os autores, muitos trabalhos da literatura demonstraram a viabilidade, segurança e eficácia de diferentes modelos de atividades físicas domiciliares na prevenção de doenças cardiovasculares e eventos cardiovasculares maiores em diferentes populações.
Em andamento – Os pesquisadores têm avaliado grupos clínicos de risco para doenças cardiovasculares para saber se de fato estão se tornando mais sedentários na pandemia. Até então, a pesquisa mostrou que crianças, adultos e idosos com condições clínicas estão praticando menos exercícios do que antes.
Outro objetivo do grupo é investigar se a inatividade física também é fator de risco para Covid-19 e se a prática de exercícios poderia ajudar na recuperação de pacientes com síndrome pós-covid – quando os sintomas persistem ou voltam após a cura da doença.