Muitas empresas surgiram para facilitar a vida dos corredores por meio de produtos que melhoram a performance, entre outras vantagens. O boom da corrida na década de 1990 foi um período fecundo desse mercado, tendo trazido um grande desafio: o que fazer para simplificar a relação com o corredor, que pode ficar confuso com tantos lançamentos que rapidamente somem das prateleiras?
Essa pergunta trouxe muitas perspectivas para a Mizuno, que, assim como suas concorrentes diretas, lutava para inovar e fixar sua identidade. Em meio à competição, veio a luz. Em 1997, a marca trouxe ao mercado a placa Wave integrada à primeira versão do Wave Rider (chamado de Prorunner no Brasil), um best-seller da marca até hoje.
“Honestamente falando, eu achava que a placa Wave não sobreviveria por tanto tempo. Mas na corrida, as pessoas voltam ao tempo quando decidem escolher um novo produto. Dessa forma, manter a série Wave criou o valor necessário de resposta a essa expectativa do público”, conta Ota Tomohiro, um dos responsáveis pelo processo criativo da placa tecnológica e do Prorunner.
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Mizuno: evolução de degrau em degrau
No ano seguinte ao lançamento do Prorunner, a placa Wave já deu um salto de melhorias. “Lançamos a versão vazada no modelo Wave Rider 2, que trouxe maior absorção de impacto em relação ao primeiro calçado”, conta Rodrigo Barreiros, gerente de produto da Mizuno no Brasil. Outra mudança relevante da sucessora foi o seu peso. Agora 35 g mais leve sem deixar de oferecer conforto e responsividade às passadas.
Ao longo dos anos, pequenas alterações foram aplicadas de acordo com o feedback do público, mas nada de mudanças abruptas. A maior preocupação da Mizuno sempre foi preservar a identidade de sua tecnologia. Em 2007, outra novidade: o surgimento da placa Infinity Wave. Presente no Wave Creation 8, um tênis robusto, cujos pontos fortes são o amortecimento e a estabilidade.
Renovando-se sem perder a essência
A Infinity Wave, como o próprio nome entrega, é mais durável por ser confeccionada com um material bem resistente e sustentável, chamado de Pebax. É ideal para os corredores mais pesados e para treinos longos, pois aguenta bem a deformidade natural causada pelo impacto da pisada. A longevidade também está associada à combinação de duas placas na entressola, que seguram mais a bronca do que o conhecido EVA. Alguns modelos da placa Wave tradicional são feitos de TPU (principalmente os de performance). Outros utilizam também o Pebax como matéria-prima.
Afinal, como essa tecnologia se mantém há tanto tempo nos pés dos corredores? “A placa Wave reúne todos os atributos de que um corredor precisa. Trata-se de uma peça única, que entrega uma passada suave, conforto e estabilidade para todos os corredores, independentemente do seu estilo de aterrissagem”, explica Barreiros. Por ser extremamente flexível, é possível moldá-la de acordo com a necessidade do corredor. Ou seja, ela pode estar presente em modelos mais estruturados, para corredores mais pesados e que precisam de amortecimento, como o Prophecy; ou em calçados mais leves com drops (altura do solado) bem discretos, como o Hitogami.
Placa nas nuvens
Neste mês, a placa Wave e o Prorunner completam duas décadas. Para comemorar o sucesso do modelo (estima-se que já foram vendidos 22 milhões de pares do Prorunner no mundo todo, desde a sua concepção), a placa ganhou um novo formato. Chamada de Cloud Wave, possui duas partes: a côncava que afunda e traz o retorno de energia à passada; e a região convexa, que confere estabilidade e encaixe dos pés ao calçado.
O modelo que trará a novidade é o próprio Prorunner, que está na sua 20ª edição. O calçado é um dos mais democráticos, segundo Barreiros. “Ele (Prorunner) é um modelo para corredores que estão na dúvida sobre a escolha ideal, já que é versátil e pode ser usado em treinos e provas de variadas distâncias. É mais recomendado para pisada do tipo neutra e seu drop intermediário agrada a diversos perfis de corredores”, explica.
Texto e Pesquisa: Amanda Preto | Edição: Victor Moura