O adepto do veganismo é aquela pessoa que não se alimenta com carne, leite, mel ou qualquer outra comida de origem animal. Ou seja, as fontes de energia são, basicamente, frutas, legumes e vegetais. Ainda assim, desperta esta dúvida: o veganismo atrapalha o meu rendimento no esporte?
Resposta e recomendação
“Não. Afinal, a alimentação vegana se caracteriza por uma rica variedade de nutrientes. Incluindo as proteínas. Os principais benefícios são o desempenho superior, menos fadiga ao realizar exercícios intensos, menos dores articulares, menos gordura no corpo, recuperação muscular mais rápida com a diminuição de processos inflamatórios pós-treino e pós-jogos”, disse a nutricionista do Hospital Universitário Cajuru, de Curitiba, Francielle Gouveia em entrevista exclusiva para o Sport Life.
Perguntada sobre como o profissional faz para compensar a falta de proteína animal, Francielle elencou uma série de exemplos e, também, não poupou os benefícios para quem adota esse modelo de regime alimentar.
“Consumir outras fontes de proteína, neste caso a vegetal, como por exemplo: feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, soja, quinoa, tofu, etc. Estes alimentos também são ricos em ferro, vitaminas do complexo B e aminoácidos, presente no grupo das proteínas”, esclarece.
Consulte o especialista
Essas vantagens citadas pela nutricionista com certeza lhe motivam a adotar esse hábito. Não é, mesmo? O “x” da questão é que o poder da paciência é fundamental para incorporar esse modo no dia a dia, ou seja, não comece na base do “vamos que vamos” ou porque viu alguém com condição impecável depois de três meses como vegano. O acompanhamento também o ajudará.
“O veganismo é a dieta alimentar, que exclui o consumo de alimentos de origem animal, isto é, proteínas e derivados, como leite e ovos. É a dieta restrita, saudável, mas que precisa ser acompanhada e auxiliada por um especialista. Especialmente quando aliada a exercícios físicos”, recomenda a nutricionista.
Pesquisas no Brasil e no mundo sobre veganismo
O IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) acusou por meio de seu estudo em 2018, que 14% dos brasileiros se declaram vegetarianos. Essa análise ainda acrescenta que nas regiões metropolitanas de São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro o índice subiu para 16% da população. Essas porcentagens significam avanço de 75% em relação ao ano de 2012, época em que foi concluída essa pesquisa.
O Instituto Harris Interactive garantiu em seu trabalho que cerca de 50% dos vegetarianos (16 milhões de pessoas) se consideram veganos nos Estados Unidos. Outro dado disponível na Europa é do Ipsos MORI Institute, que revelou que 33% dos vegetarianos, 1,68 milhões de pessoas, afirmam ser veganos no Reino Unidos.
Quem é ela?
Francielle Gouveia é bacharel em nutrição pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica) e pós-graduada em nutrição, metabolismo e fisiologia no esporte no IBRA (Instituto Brasil de Ensino). Além do seu ofício no Hospital Universitário Cajuru, oferece atendimentos particulares.